A B3 anunciou hoje a criação de um novo índice de ações ESG, em parceria com a Great Place to Work, empresa que elabora o ranking anual das melhores empresas para trabalhar.
A composição do novo índice será divulgada em janeiro e deve contemplar cerca de 30 empresas, diz Luís Kondic, diretor de produtos listados da bolsa.
Será o primeiro índice do mundo baseado no ranking da GPTW, que faz o levantamento em mais de 60 países.
O universo das candidatas será restrito às 2.000 companhias brasileiras certificadas pela Great Place to Work. A lista mais recente compreende o período entre junho do ano passado e maio deste ano.
Como em outros índices, haverá um filtro para excluir papeis que não atendam exigências mínimas de liquidez. Também não entram penny stocks, ou seja, ações negociadas abaixo de R$ 1.
Aplicados esses critérios, sobram cerca de 30 companhias certificadas pelo GPTW e listadas na B3.
Aquelas classificadas entre as 150 melhores terão peso dobrado no índice.
A composição da carteira ainda não foi divulgada. A B3 afirma que 25% das integrantes são do setor financeiro e 25% de consumo cíclico. A outra metade fica dividida entre consumo não-cíclico, bens industriais, utilidade pública e materiais básicos.
A carteira será revisada três vezes por ano para validação dos critérios de liquidez. O ranking das melhores é atualizado anualmente.
Numa simulação dos três últimos anos, o GPTWB3 teve performance superior à do Ibovespa, além de menor risco.
O ranking
A edição brasileira deste ano do ranking das melhores empresas para trabalhar foi divulgada ontem. Na categoria das companhias com mais de 10.000 funcionários, a vencedora foi o Magalu, seguido por Itaú Unibanco, Vivo, Accenture, Ambev e Santander.
Entre as empresas com até 9.999 funcionários, a vencedora foi a Caterpillar. Na sequência vieram a Tokio Marine Seguradora, SAP, Dell e CI&T.
O ranking é elaborado com base em questionários preenchidos pelos funcionários das companhias, de forma voluntária e sigilosa. A pesquisa corresponde por dois terços da nota. O restante depende de uma avaliação das práticas da companhia.
Cerca de 6.000 companhias se inscreveram para a avaliação deste ano, das quais 4.000 cumpriram os requisitos para ser ranqueadas e 2.000 receberam a certificação, diz Rui Shiozawa, presidente da Great Place to Work.
Esta é a 25ª edição do ranking. Segundo Shiozawa, a evolução da pesquisa aponta mudanças na sociedade e nas empresas. Há 15 anos, participação das mulheres em posições de liderança era de 12%. Hoje, elas respondem por 31% dos cargos de chefia.
“Ainda temos uma lição de casa grande para fazer, mas esses indicadores de diversidade vêm crescendo”, afirma Shiozawa.