Verdinhas: TikTok no Ceará, Nike revê rota e mais R$ 300 milhões para o BTG

O TikTok confirmou seu investimento no data center movido a energia limpa que será construído no Ceará, enquanto o setor eólico tenta reagir aos crescentes cortes de geração que vêm corroendo as receitas. O braço de restauração florestal do BTG Pactual tem boas notícias sobre dinheiro e o Programa Corredor, liderado pela mineradora Hydro e que terá parceria da Belterra, abriu seu primeiro edital. Confira os destaques desta edição de Verdinhas, nova seção semanal de notas do Reset.

TikTok fincou bandeira no Ceará

A chinesa ByteDance, dona do TikTok, disse que vai investir US$ 37 bi no primeiro data center de hiperescala do Brasil movido a energia renovável. O empreendimento será construído no Ceará pela Omnia, empresa do Pátria Investimentos, como informou o Reset. A operação está prevista para 2027. “Estou convencido de que esse data center vai ser uma coisa extraordinária para o desenvolvimento tecnológico desse país”, disse o presidente Luiz Inácio Lula no evento de anúncio do projeto, nesta quarta-feira (3).

Maré boa

O BNDES aprovou um aporte de até R$ 300 milhões para a estratégia de reflorestamento do BTG Pactual, executada pelo seu braço de restauração florestal, o Timberland Investment Group (TIG). 

A estratégia do TIG é direcionar R$ 5 bilhões para proteger e restaurar 270 mil hectares de áreas degradadas no país. A Conservation International atua como consultora. Durante a COP30, em Belém, o BNDES já havia anunciado a liberação de R$ 200 milhões em crédito via Fundo Clima para o TIG. 

Setor eólico 

A Abeeólica prepara uma ofensiva junto ao Ministério de Minas e Energia para adoção de preço horário e baterias na geração distribuída, segundo Elbia Gannoum, presidente da entidade. As medidas visam reduzir a sobra de energia no meio-dia (pico de produção) e adotar imediatamente sistemas de armazenagem de energia, já prevista em lei. O objetivo é balancear os cortes de geração, o chamado curtailment, que provocaram prejuízo de R$ 3,2 bilhões às empresas este ano.

Nike sente o baque

A Nike entrou em um novo ciclo de revisão estratégica após registrar impactos diretos das mudanças climáticas em sua cadeia de suprimentos global, segundo reportagem do Financial Times. A empresa enfrenta disrupções recorrentes no fornecimento de matérias-primas e pressões regulatórias crescentes, mais um sinal de que a transição climática já deixou de ser tema reputacional e se tornou risco corporativo e financeiro.

Edital

O Programa Corredor, gerido pelo mineradora Hydro, abriu seu primeiro edital voltado a apoiar iniciativas locais em Abaetetuba, Acará, Ipixuna do Pará, Moju, Paragominas e Tomé-Açu. O programa irá aportar R$ 100 milhões de reais ao longo de dez anos para iniciativas de bioeconomia e tem a Belterra como parceira. Serão escolhidos até 30 projetos comunitários e 12 negócios para aceleração. As inscrições ficam abertas até 6 de janeiro de 2026. Os projetos terão execução prevista entre 8 e 12 meses.

Gado rastreável

O Pará mudou seu cronograma de rastreabilidade bovina. O prazo para identificar individualmente bovinos e bubalinos foi estendido até o fim de 2030. Antes, a data limite era 2026 para movimentação e 2027 para rastrear todo o rebanho. A decisão atende à pressão do setor produtivo, que alegava dificuldades técnicas e financeiras, mas alerta ambientalistas por adiar a transparência na cadeia produtiva na região com maior rebanho do país.

Seguro Rural com novas regras socioambientais

O governo publicou nesta quarta-feira (3) uma resolução com novas regras para quem quer contratar seguro rural com subsídio do governo. Para conseguir o seguro, o imóvel rural precisa estar no Cadastro Ambiental Rural (CAR) – mesmo que o cadastro ainda não tenha sido analisado. As seguradoras devem verificar essas condições, com exceção para contratos ligados a crédito rural firmado após 1º de julho. A regra passa a valer em 2 de janeiro.