UE proíbe venda de novos carros a combustão a partir de 2035

Anúncio histórico deve acelerar a transição das montadoras para veículos elétricos

O carro conceito Mercedes EQXX
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A venda de carros novos com motores a combustão será proibida na Europa a partir de 2035. A decisão deve acelerar a eletrificação dos transportes no bloco e potencialmente no resto do mundo.

O tema vinha sendo discutido havia meses, e o acordo foi anunciado na tarde desta quinta-feira (27). A medida representa o fim de um símbolo da industrialização do continente.

“As montadoras europeias já estão provando estar prontas para dar esse passo, com cada vez mais carros elétricos de preço acessível chegando ao mercado”, afirmou em comunicado o chefe de políticas climáticas da UE, Frans Timmermans. “A velocidade da mudança nos últimos anos é notável.”

A medida se aplica a carros de passeio e vans e faz parte do pacote Fit fot 55, que se refere à meta de reduzir em 55% as emissões de gases de efeito estufa do bloco até 2030.

Esses veículos leves são responsáveis por 12% das emissões de CO2 europeias, mas o impacto vai além da contabilidade de carbono.

A mudança em algo tão central no dia-a-dia dos cidadãos é tida como um impulso importante para a descarbonização de outras atividades.

Além disso, algumas das maiores montadoras do mundo, como Volskwagen, Stellantis e Mercedes (foto), são europeias e seus esforços de eletrificação devem repercutir nos outros mercados em que estão presentes.

A regra abriu duas pequenas brechas. Uma delas permite que os países permitam a comercialização de novos carros que usem combustíveis neutros em carbono.

Mas esse tipo de combustível não é produzido em grande escala, e o as montadoras concentram os esforços em modelos movidos a bateria.

Empresas que produzem carros de nicho, como a fabricante de supercarros Lamborghini, também terão um prazo mais longo para se adaptar à nova regra.

“Agora queremos ver as condições estruturais que são essenciais para alcançar a meta das políticas da UE”, disse à Bloomberg Oliver Zipse, CEO da BMW e presidente da entidade que reúne as montadoras europeias.

“Isso inclui uma abundância de energias renováveis, uma rede público-privada de estações de carregamento [de baterias] e o acesso às matérias-primas.”