A Vitreo lançou um fundo de ações que investe em companhias que atuam de alguma forma no desenvolvimento e produção de hidrogênio verde, num veículo temático que dá acesso a uma nova forma de investir na tese secular de transição energética.
O hidrogênio verde vem emergindo como uma das soluções mais plausíveis para descarbonizar setores que hoje enfrentam desafios para reduzir as emissões de gases de efeito estufa porque são intensivas em energia — de aviões e caminhões até a siderurgia, passando pela indústria química.
Ele é produzido a partir da eletrólise da molécula de água, utilizando energia renovável. O hidrogênio pode ser estocado e, nesse sentido, funciona como uma espécie de bateria capaz de armazenar energia limpa. Na hora de ser utilizado, o processo é reverso: o hidrogênio é misturado com oxigênio para produzir água e eletricidade.
Se o potencial do hidrogênio verde é alto, o desafio tem sido conseguir escalar e desenvolver tecnologias com preços competitivos — uma corrida a que várias empresas têm se dedicado, com diferentes estratégias, em todo o mundo.
O novo fundo da Vitreo quer capturar esse movimento.
O veículo vai investir 80% em ETFs, fundos de índices, que apostam na tecnologia, e outros 20% na compra direta de ações de empresas que trabalham em soluções para escalar o hidrogênio (o que pode incluir também o chamado ‘hidrogênio azul’, produzido a partir de combustíveis fósseis, mas com captura das emissões no momento da fabricação).
De largada, o fundo está investindo em um ETF chamado HDRO, que acompanha o BlueStar Global Hydrogen & Next Gen Fuel Cell Index, composto por 25 empresas com pelo menos metade da receita proveniente de tecnologias à base de hidrogênio.
A maior fatia, de 10%, está na americana Plug Power, uma cleantech veterana fundada no fim dos anos 1990 e que pivotou sua estratégia nos últimos anos para focar em células de combustível baseadas em hidrogênio.
Há ainda companhias de países como Grã-Bretanha, Coreia do Sul, Suécia, Irlanda, que também exploram tecnologias para a geração de energia local e uso do hidrogênio para postos de abastecimento.
Como em todos os casos de tecnologias em estágio inicial, o risco é elevado — assim como a volatilidade.
Desde que foi lançado, em julho do ano passado, o ETF HDRO chegou a subir quase 200% até fevereiro deste ano. Desde então, o valor caiu e hoje o fundo de índice acumula alta de 66% desde a estreia.
“A opção pelo HDRO foi uma escolha ativa da nossa gestão. Olhamos para todos os índices que investem na tese de hidrogênio como energia limpa”, diz George Wachsmann, chefe de gestão de Vitreo, ao Reset. Ele cita como exemplo os ETFs HJEN e HYDR.
O Vitreo Hidrogênio cobra uma taxa de administração de 0,9% ao ano mais uma taxa de performance de 10% sobre o retorno que exceder o benchmark, que é o índice MSCI All Country World. O investimento mínimo é de R$ 100.
(Com edição de Natalia Viri)