Fundo soberano da Noruega cobra detalhes de metas climáticas da Shell 

Petroleira anunciou em março recuo em suas estratégias para reduzir emissões no médio prazo; reunião de acionistas será nesta terça-feira

Um barril com o símbolo da petroleira Shell
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O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, com US$ 1,6 trilhão sob gestão, fez um pedido à petroleira Shell para que a companhia apresente mais informações sobre suas metas climáticas, que foram revistas recentemente.

“Encorajamos a Shell a fazer divulgações estratégicas adicionais que possam reduzir a incerteza sobre a direção da empresa em meados da década de 2030”, afirmou o Norges Bank Investment Management, que opera o fundo, em seu site.

A Shell fará sua reunião anual de acionistas nesta terça-feira, dia 21 de maio.

Será o primeiro grande encontro após a gigante de petróleo e gás ter anunciado mudanças em suas metas climáticas, em março, impondo um ritmo mais lento aos compromissos que havia traçado em 2021.

O corte de 20% na intensidade de carbono decorrente da produção de óleo, gás e derivados previsto para 2030 foi reduzido para uma faixa entre 15% e 20%.

E o compromisso de reduzir 45% da intensidade de emissões até 2035 foi abandonado pela incerteza da companhia em relação ao ritmo que a transição energética vai tomar nos próximos anos.

Apesar de pedir mais informações, o fundo norueguês – segundo maior acionista da Shell, com uma participação de 3,03%, de acordo com a agência Reuters – se recusou a endossar uma resolução apresentada por um grupo de 27 acionistas que detém cerca de 5% das ações da companhia e são liderados pelo grupo ativista Follow This.

Eles querem que a empresa fortaleça suas metas climáticas, alinhando a meta de redução das emissões de escopo 3 — que incluem a queima dos combustíveis fósseis — aos objetivos do Acordo de Paris.

Já o fundo da Noruega acredita que a estratégia climática da Shell para os próximos anos, mesmo depois das mudanças, “mantêm suficientemente os componentes centrais de um plano de transição alinhado [ao Acordo de] Paris”.