Raízen obtém R$ 1 bilhão do BNDES para etanol de segunda geração

Recursos serão usados na construção de nova usina no interior de São Paulo, com capacidade para produzir 82 milhões de litros por ano

tanque de combustível branco com a logo da raízen na cor roxa
Unidade Produtora de Costa Pinto (COPI)
A A
A A

O BNDES aprovou um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen construir uma nova usina de etanol de segunda geração, ou E2G, que usa os resíduos da cana-de-açúcar para produzir mais biocombustível. 

A planta será construída em Andradina (SP), no interior de São Paulo, com capacidade de produção de até 82 milhões de litros por ano.

O empréstimo do banco de desenvolvimento vai bancar 70% do projeto, uma vez que a Raízen prevê investimentos de cerca de R$ 1,4 bilhão para a usina.

Apesar de idêntico ao etanol tradicional, o de segunda geração, também chamado de E2G, é considerado um biocombustível avançado por causa da tecnologia empregada em sua fabricação.

Graças a uma pegada de carbono mais baixa, o E2G pode ser transformado em combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), hidrogênio verde ou combustível marítimo. 

A outra grande vantagem do etanol de segunda geração é que eEle permite aumentar em até 50% a produtividade dos canaviais. 

A planta está entre as seis previstas pela Raízen no país para atingir a viabilidade econômica do E2G até 2028. Destas, duas estão em operação

Os recursos do empréstimo vão vir metade do Programa BNDES Mais Inovação e metade do Fundo Clima. 

A produção de E2G no mundo ainda é incipiente e representa menos de 1% do etanol produzido no Brasil, segundo o BNDES. 

O banco acelerou os desembolsos ao setor no último ano e estima que, com os apoios concedidos, a capacidade nacional poderá atingir 440 milhões de litros do biocombustível, considerando as seis plantas da Raízen – para efeito de comparação, a produção de etanol de primeira geração no Brasil alcançou 34 bilhões de litros em 2024. 

Criada em 2011, a Raízen é uma joint venture entre a Cosan e a Shell, e opera em toda a cadeia do etanol: cultivo de cana-de-açúcar, produção de açúcar e etanol, cogeração de energia, logística, transporte e distribuição de combustíveis. A companhia teve troca de direção e passa por uma reestruturação que busca reduzir sua alavancagem.