A Be8, maior produtora de biodiesel do país, fechou um empréstimo de R$ 90 milhões com o Santander atrelado ao atingimento de metas de sustentabilidade.
A companhia se comprometeu a utilizar pelo menos 20 mil toneladas de óleo de cozinha usado na produção de biodiesel este ano.
A operação, a terceira do tipo entre a empresa e o banco, é um sustainability-linked loan. Nesse tipo de operação, os recursos não têm destinação obrigatória para um determinado projeto.
Caso o objetivo seja alcançado, a companhia terá direito a uma redução na taxa de juros (o percentual de abatimento não foi divulgado).
O reaproveitamento do óleo de cozinha usado traz dois benefícios ambientais. O primeiro é a garantia de que não haverá descarte incorreto.
O segundo é um biodiesel com uma pegada de carbono mais baixa. Segundo a Be8 (ex-BSBios), as emissões de gases de efeito estufa são 40% menores na comparação com o combustível feito com óleo de soja virgem.
A meta da empresa é aumentar em 48% o uso desse insumo em relação aos volumes do ano passado.
Também conhecido pela sigla em inglês UCO, o óleo reaproveitado ainda responde por uma parte pequena da matéria-prima consumida por empresas do setor de biocombustíveis.
Foram cerca de 148 milhões de litros no ano passado, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biodiesel, um crescimento de 30% em relação a 2021.
No mesmo período, estima-se que tenham sido consumidos 4 bilhões de litros de óleos comestíveis no país.
As 20 mil toneladas de UCO que compõem a meta de sustentabilidade do empréstimo correspondem a 18 milhões de litros. A Be8 produziu 889 milhões de litros de biodiesel no ano passado.
Os R$ 60 milhões de outra operação entre Be8 e Santander, realizada no ano passado, foram utilizados para ampliar a coleta de óleo usado em residências e restaurantes de Passo Fundo (RS), onde fica a sede da empresa.
As principais fontes do biodiesel brasileiro são óleo de soja virgem, seguido por gorduras animais.