Biden proíbe exploração de petróleo na maior parte da costa dos EUA

Medida foi anunciada a duas semanas da posse de Donald Trump; presidente eleito promete revertê-la imediatamente

Biden proíbe exploração de petróleo na maior parte da costa dos EUA
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Enquanto o Brasil espera uma resolução técnica do Ibama e a definição política sobre a exploração das reservas de petróleo encontradas na Margem Equatorial, ao longo da costa norte do país, Joe Biden determinou a proibição da abertura de novos poços offshore nos Estados Unidos.

A decisão foi anunciada na tarde desta segunda-feira (6), exatos 14 dias antes da posse do republicano Donald Trump, que fez do “drill, baby, drill” um dos seus lemas de campanha.

Ficam proibidas a implementação de novas plataformas em cerca de 20% das águas controladas pelo país, incluindo a Costa Leste, as costas dos Estados de Oregon, Washington e Califórnia, no Oeste, a parte oriental do Golfo do México e porções do Alaska.

Novos poços em alto-mar “podem causar danos irreversíveis para lugares que guardamos com carinho e são desnecessários para atender às demandas energéticas do país”, afirmou o presidente americano em comunicado.

Além de tentar garantir seu legado na área ambiental, Biden é um desafio político ao futuro presidente, que prometeu ampliar ainda mais a produção americana de petróleo e gás natural – o país já é o maior produtor de combustíveis fósseis do mundo.

As áreas sob a nova proibição têm “potencial mínimo” de produção, segundo a Casa Branca, e não justificam eventuais riscos associados a novas concessões.

A equipe de transição de Trump classificou a ordem executiva de Biden de “uma desgraça”. Em entrevista a uma emissora de rádio, o futuro presidente afirmou ter o direito de reverter a decisão, que chamou de “ridícula”. “É o nosso maior patrimônio”, afirmou Trump, em relação aos combustíveis fósseis.

Empresas de petróleo também devem recorrer aos tribunais para derrubar a proibição. Em 2016, Barack Obama usou a mesma provisão legal para banir novos empreendimentos petroleiros no Ártico e no Alaska. Três anos depois, a medida foi considerada ilegal pela Justiça.