David Swensen, o papa dos endowments cujos ensinamentos são seguidos por todo o mundo do ‘value investing’, morreu hoje aos 67 anos, vítima de um câncer.
Há mais de trinta anos à frente do escritório do endowment de Yale, o economista revolucionou a forma como essas instituições — que rentabilizam doações para perpetuar um propósito — gerem seus recursos.
Na esteira, acabou transformando toda a indústria de investimentos.
Quando chegou em Yale, em 1985, os endowments eram geridos de forma conservadora, mas ele mudou drasticamente o modelo.
É dele a concepção inovadora do prêmio de liquidez a ser capturado por esses fundos, que miram a perpetuidade e são de longuíssimo prazo, e que investimentos pouco líquidos (como private equity) podem gerar retornos mais consistentes.
Com isso em mente, começou a investir de forma pesada nas nascentes indústrias de private equity e hedge funds.
Swensen também foi o primeiro a pregar uma diversificação para além de ações e títulos de dívida, e o primeiro a delegar a maior parte dos ativos a gestores externos, escolhidos a dedo.
Cerca de um quarto dos endowments hoje está investido em venture capital, e ao lado de private equity, hedge funds e real estate, os chamados investimentos ‘alternativos’ respondem por cerca de três quartos de seus ativos.
“Sob o seu guidance, o endowment de Yale trouxe retornos que o estabeleceram como uma lenda entre investidores institucionais”, disse o presidente de Yale, Peter Salovey, em nota. “Um professor natural, ele preparou uma geração de investidores institucionais que foram para outros escritórios de investimentos em outras universidades, estendendo o escopo de sua influência.”
Em junho de 2020, o escritório de Yale geria US$ 31,2 bilhões, com retornos anuais médios de 12,4% nas últimas três décadas.
No ano fiscal de 2021, as contribuições do endowment responderam por cerca de um terço das receitas da universidade.
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