Trinta fundos de investimentos de variados países com US$ 9 trilhões sob gestão anunciaram hoje a meta de zerar as emissões líquidas de carbono de seus portfólios até 2050.
Estão na lista a americana Fidelity, a inglesa Schroders, o suíço UBS, a francesa Axa, a holandesa Robeco e uma brasileira, a Fama Investimentos.
Com a decisão, esses gestores terão que, cada vez mais, direcionar recursos para empresas de segmentos de negócio ‘limpos’ ou aquelas mais adaptadas para fazer a transição para uma economia de baixo carbono, se quiserem cumprir a meta.
Segundo o comunicado da iniciativa, batizada de ‘Net Zero Asset Managers’, o compromisso inclui a redução das emissões nos setores e empresas nas quais as gestoras investem. Os gestores pretendem usar seu poder de voto como acionistas para pressionar as investidas.
“Reconhecemos que a mudança climática impõe um, se não o mais, significativo risco para a lucratividade de longo prazo e a sustentabilidade das empresas, incluindo as nossas”, disse Anne Richards, CEO da Fidelity, em comunicado.
“As oportunidades de alocar capital para essa transição nos próximos anos não podem ser subestimadas. Sem o setor de gestão de ativos a bordo, as metas estabelecidas no Acordo de Paris serão difíceis de cumprir”, disse David Blood, que co-fundou a Generation Investment Management ao lado do ex-vice-presidente dos EUA Al Gore.
As assets se comprometeram a definir metas intermediárias de percentual dos ativos sob gestão que precisam se tornar neutros em carbono. Essas metas devem ser revisadas pelo menos a cada cinco anos até chegar aos 100% em, no máximo, 2050.
Algumas ausências na lista são notáveis, como a gestora americana BlackRock, que tem sido muito vocal a respeito dos investimentos sustentáveis e da intenção de investir em negócios comprometidos com o meio ambiente.
“As soluções devem ser menos dependentes de governos e a sociedade civil deve ser protagonista na busca de soluções. Esses trinta gestores são os fundadores da iniciativa. Esperamos que outros entrem”, diz Fabio Alperowitch, sócio da Fama, que neste ano começou a medir a pegada de carbono do seu portfólio.
(Crédito da foto: Ria Puskas/Unsplash)