FINANÇAS

Lista de prioridades de Haddad até 2026 tem finanças sustentáveis como eixo

Agenda econômica na segunda metade do governo Lula traz mais títulos sustentáveis soberanos, novos leilões do Eco Invest e mudanças no Plano Safra como objetivos

Lista de prioridades de Haddad até 2026 tem finanças sustentáveis como eixo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu 25 prioridades para a agenda econômica do governo Lula entre 2025 e 2026, até o fim do mandato. Delas, oito estão ligadas ao plano de transformação ecológica e a ferramentas das finanças sustentáveis. 

A lista foi apresentada nesta segunda-feira (20), durante uma reunião ministerial  comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como é de se esperar, os itens ligados à “Estabilidade macroeconômica: política fiscal e justiça tributária” encabeçam a listagem. Aqui, está inclusa a regulamentação da reforma tributária, com a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para aqueles que ganham até R$ 5 mil e a tributação sobre milionários, por exemplo. 

A “Melhoria do ambiente de negócios” no Brasil, por sua vez, deve ser promovida por ações como o fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais e a regulamentação das big techs. 

É no eixo batizado de “Novo Brasil: Plano de transformação ecológica” que entra o apoio à economia verde. Nesta frente, as metas para o biênio são:

  • Nova emissão de títulos sustentáveis para trazer recursos do Fundo Clima;
  • Avanço na implementação do mercado de carbono, com governança e decreto regulamentador;
  • Novos leilões do Eco Invest;
  • Compra pública com conteúdo nacional e programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica;
  • Estruturação do fundo internacional de florestas;
  • Conclusão da taxonomia sustentável brasileira;
  • Política de atração de datacenter e marco legal da inteligência artificial;
  • Plano Safra e Renovagro: aprimoramento dos critérios de sustentabilidade;
  • Conclusão do mapa e investimentos sustentáveis na BIP, a Plataforma de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica.

Todos os itens tratam da continuação de ações adotadas pelo governo nos dois últimos anos. No exterior, o Brasil fez sua primeira emissão de dívida sustentável soberana ao fim de 2023, e repetiu a dose sete meses depois. 

Internamente, o Tesouro contemplou nove bancos por meio do Eco Invest, programa que vai fornecer R$ 6,8 bilhões em capital catalítico para projetos da economia verde. 

A pasta de Haddad desenhou a taxonomia sustentável do Brasil – que segue aberta para consulta pública até o dia 31, enquanto o Congresso finalmente entrou em um consenso sobre o mercado regulado de carbono, que virou lei. 

De acordo com a lista do ministro, o governo também deve se debruçar na estruturação do fundo global para remunerar a conservação de florestas tropicais, o Tropical Forest Finance Facility (TFFF), e no desenvolvimento da plataforma que promete conectar projetos verdes a fontes de financiamento, a BIP.