A Vox Capital — gestora de venture capital focada em investimentos de impacto — acaba de liderar uma rodada de investimento de R$ 10 milhões na Omens, startup focada em saúde masculina que conecta pacientes e profissionais da área médica por meio de consultas remotas.
Os fundos Green Rock, dos fundadores do laboratório Salomão Zoppi, Aimorés Investimentos e Incubate Fund também acompanharam a rodada.
O foco da Omens, que já atendeu mais de 20 mil pacientes e tem consultas a partir de R$ 79, está na saúde sexual.
Hoje, o paciente escolhe entre as patologias listadas na plataforma (problemas de ereção, ejaculação precoce, perda de libido, entre outros), responde a um questionário e é direcionado para uma tele consulta com um urologista.
Historicamente, os homens já tendem a procurar menos um médico que as mulheres — e o problema se agrava quando se fala da saúde sexual, ainda considerada um tabu. Segundo a Omens, 50% dos homens brasileiros jamais consultaram um urologista.
“Existe muita carência de médicos especialistas em saúde masculina fora do Sudeste: dos apenas 5 mil urologistas formados no Brasil, 30% deles estão concentrados na cidade de São Paulo. Com a telemedicina, conseguimos democratizar o atendimento e ganhar eficiência”, afirma Olivier Capoulade, CEO da Omens, em nota.
Segundo ele, 90% dos atendimentos são solucionados com telemedicina. Nos 10% restantes, que exigem um acompanhamento mais próximo, o paciente é reembolsado e encaminhado para uma consulta presencial.
A Omens foi fundada em 2020, durante a pandemia, por Capoulade e Morgan Autret, ambos franceses, e o urologista brasileiro João Brunhara e é inspirada em modelos similares na França e nos Estados Unidos.
Hoje, o foco da startup é o consumidor final. Com o novo investimento, a startup deve entrar no segmento B2B, oferecendo o serviço como um benefício corporativo, além de expandir a atuação para outras especialistas, como dermatologia e nutrição, sempre com foco na saúde masculina.
A expectativa é atingir 150 mil mil pacientes num período de 24 meses.
Exames em casa
Esse foi o segundo investimento da Vox Capital em saúde no mês.
Na semana passada, a gestora anunciou a participação em uma rodada de investimento de R$ 60 milhões na ISA LAB, uma healthtech também criada durante a pandemia e que fornece vacinas e coleta de exames laboratoriais em casa.
Além da Vox, participaram da captação a FIR Capital e investidores do setor de saúde: o Kórtex, corporate venture capital de Fleury, Sabin e Bradesco Saúde; e a Yaya Capital, gestora de membros da família Moll, que controla a Rede D’Or.
Numa rodada anterior, a ISA lá tinha recebido aportes da Canary e da MatterScale, além do venture capital do Einstein.
A startup leva profissionais de saúde autônomos até a casa de pacientes, de forma a cortar custos de logística de um laboratório tradicional, aumentar a receita dos profissionais e facilitar a assistência necessária para o cliente final.
Hoje, a ISA conta com 150 colaboradores espalhados em sete Estados brasileiros. Com o aporte, o plano é chegar a mais regiões do país no curto prazo, além de investir em novas
tecnologias e ampliar a rede de profissionais.
Terceiro fundo
Ambos os investimentos foram feitos por meio do fundo 3 da Vox, que além das temáticas de saúde, educação e inclusão financeira – que já constavam nos dois fundos anteriores – passou a integrar também a frente de impacto ambiental.
Além das duas investidas na área de saúde, o portfólio inclui a Celcoin, fintech de inclusão financeira que já fazia parte do portfólio e que recebeu uma nova rodada de investimentos; a Nude foodtech de produtos à base de aveia; e a Octa, startup de economia circular aplicada à indústria automotiva.
Também constava do portfólio a Vitalk, de saúde mental, que foi comprada pela Gympass.