2024: BlackRock aponta investimento em baixo carbono como 'mega força'

Para gestora, sistemas de energia, veículos elétricos, baterias, combustíveis de aviação e navegação terão aumento de eficiência

2024: BlackRock aponta investimento em baixo carbono como 'mega força'
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Maior gestora de fundos do mundo, a BlackRock projeta que soluções de baixo carbono estarão entre as maiores oportunidades de investimento no próximo ano. É o que mostra seu novo relatório ‘Private Markets Outlook’, publicado hoje, que traz as perspectivas da empresa para a evolução dos mercados de ações, fundos e dívida não listados, ou seja, negociados de forma privada. 

Em meio às incertezas do cenário macroeconômico, com altas taxas de juros e volatilidade, a BlackRock apelidou de “mega forças” as frentes que considera responsáveis por mudanças estruturais na economia mundial. São elas: disrupção digital e inteligência artificial, transição para economia de baixo carbono, divergência demográfica por fator geracional e o futuro das finanças.

“Acreditamos que essas mega forças oferecerão grandes oportunidades de investimento”, diz Edwin Conway, chefe global de ações de empresas não listadas. “Vemos que os mercados de ativos não listados estão em uma posição única para se beneficiar das mudanças que já estão em andamento.”

A transição para a descarbonização da economia deve impactar quase todas as classes de ativos, mas é especialmente relevante para a área de infraestrutura, afirma a gestora. 

O BlackRock Investments Institute projeta que, em um cenário de transição, investimentos no sistema global de energia podem subir dos atuais US$ 2 trilhões por ano para US$ 4 trilhões, até 2050. À medida que os preços dos insumos caiam, as fontes renováveis poderiam corresponder a 70% da energia gerada globalmente, aponta o documento. 

Veículos elétricos, baterias e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF, na sigla em inglês) e navegação também devem sofrer alterações significativas, com aumento de eficiência e custos mais baixos, espera a BlackRock. 

Em infraestrutura, a demanda estaria tanto em uma escala global quanto local. “Companhias estão rastreando suas emissões de gases de efeito estufa de forma mais restritiva, e em novas áreas, como seus prédios. Ainda que uma oportunidade de investimento, a transição para economia de baixo carbono é também uma lente através da qual se pode olhar ao investir e arriscar.”

As demais mega forças

Além do impacto da transição para economia de baixo carbono nos ativos de infraestrutura, a BlackRock vê outras mega forças em destaque no ano que vem. 

No mercado de dívidas (private debt), a gestora prevê que o custo mais alto de capital deve ser um driver importante para a dispersão de recursos no mercado financeiro, abrindo a oportunidade para o mercado de dívida. A projeção é que os ativos sob gestão nesse mercado subam de US$ 1,6 trilhão em março para US$ 3,5 trilhões até o fim de 2028. 

Em ações, o destaque vai para inteligência artificial, que deve impactar primeiramente o setor de tecnologia. Empresas que consigam impulsionar sua eficiência ou aprimorar seus modelos de negócios devem atrair capital de curto e médio prazo. 

Já no setor imobiliário, o momento de vida de millenials e baby boomers deve mexer com o mercado. Com grandes grupos geracionais, pessoas nessas faixas de idade preparam-se para formar suas famílias ou se aposentar – em um momento em que dinheiro custa caro.