DÍVIDA ESG

Maiores bancos do mundo lucram US$ 3 bilhões em 2023 com dívida verde

BNP Paribas lidera ganhos; no outro lado, Wells Fargo foi o que mais lucrou com combustíveis fósseis

Montagem mostra os símbolos de diversas moedas pintados na cor verde

Os maiores bancos do mundo ganharam mais dinheiro com dívida verde no ano passado do que financiando projetos de combustíveis fósseis. É o segundo ano consecutivo em que o fenômeno acontece.

Foram US$ 3 bilhões em lucros vindos de operações de dívida verde, contra US$ 2,7 bilhões vindos de taxas de financiamentos para o setor de combustíveis fósseis, de acordo com um levantamento feito pela Bloomberg.

No lado da dívida verde, a lista é liderada pelo francês BNP Paribas (US$ 130 milhões), seguido por Crédit Agricole (US$ 96 milhões) e HSBC (US$ 94 milhões) – que, no fim de 2022, já havia anunciado que iria deixar de financiar diretamente a exploração de novos campos de petróleo e gás.

Já nas operações envolvendo o financiamento de fósseis, os americanos apareceram na ponta, com Wells Fargo (US$ 107 milhões) no topo, seguido por JP Morgan e MUFG (ambos com US$ 106 milhões).

A diferença entre Estados Unidos e Europa envolve a cobrança do Banco Central Europeu (BCE) às instituições financeiras locais para que acelerem o financiamento verde na região. A régua também está mais elevada no continente: instituições com carteiras problemáticas podem ter um custo de capital mais alto ou até mesmo sofrerem multas.

Essa movimentação não se repete no mercado norte-americano, pondera a Bloomberg, pela regulação ainda fragmentada e pela reação política contra instituições que querem deixar de financiar atividades que agravem a crise climática.