Os maiores bancos do mundo ganharam mais dinheiro com dívida verde no ano passado do que financiando projetos de combustíveis fósseis. É o segundo ano consecutivo em que o fenômeno acontece.
Foram US$ 3 bilhões em lucros vindos de operações de dívida verde, contra US$ 2,7 bilhões vindos de taxas de financiamentos para o setor de combustíveis fósseis, de acordo com um levantamento feito pela Bloomberg.
No lado da dívida verde, a lista é liderada pelo francês BNP Paribas (US$ 130 milhões), seguido por Crédit Agricole (US$ 96 milhões) e HSBC (US$ 94 milhões) – que, no fim de 2022, já havia anunciado que iria deixar de financiar diretamente a exploração de novos campos de petróleo e gás.
Já nas operações envolvendo o financiamento de fósseis, os americanos apareceram na ponta, com Wells Fargo (US$ 107 milhões) no topo, seguido por JP Morgan e MUFG (ambos com US$ 106 milhões).
A diferença entre Estados Unidos e Europa envolve a cobrança do Banco Central Europeu (BCE) às instituições financeiras locais para que acelerem o financiamento verde na região. A régua também está mais elevada no continente: instituições com carteiras problemáticas podem ter um custo de capital mais alto ou até mesmo sofrerem multas.
Essa movimentação não se repete no mercado norte-americano, pondera a Bloomberg, pela regulação ainda fragmentada e pela reação política contra instituições que querem deixar de financiar atividades que agravem a crise climática.