Vivo antecipa meta de net zero de 2040 para 2035

Companhia avançou no corte das emissões próprias e nas associadas à energia e agora mira reduções no escopo 3, envolvendo fornecedores

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A Vivo anunciou a antecipação de sua meta de net zero de 2040 para 2035, de olho em diminuir as emissões de gases do efeito estufa do escopo 3, que tem origem nas cadeias de fornecedores e suprimentos e nos clientes.

A intenção da companhia do Grupo Telefônica é reduzir 90% das emissões dos escopos 1, 2 e 3 até meados da próxima década. O percentual restante deve ser neutralizado com investimentos em créditos de carbono de projetos de restauração florestal em diferentes biomas brasileiros.

No ano passado, a companhia já havia conseguido diminuir 90% das emissões do escopo 1 e 2, alcançando uma meta prevista para 2030 (na comparação com 2015), passando de 264 mil toneladas de gases de efeito estufa emitidas em 2015 para 25,5 mil toneladas em 2023.

O escopo 1 diz respeito ao CO2 decorrente das atividades diretas de uma companhia, e o escopo 2 abrange as emissões associadas ao uso de energia.

“Isso nos coloca muito à frente de empresas com objetivos chegando a 2050, [por exemplo]. Isso demonstra a urgência de que todos antecipemos nossas metas”, afirmou o CEO da Vivo, Christian Gebara, durante o evento de apresentação da meta.

Para chegar ao novo marco, o foco da Vivo estará em mitigar a pegada de carbono de seus 1,2 mil fornecedores, que fazem parte do escopo 3.

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Nos últimos dois anos, a companhia já vinha desenvolvendo um programa com um grupo de 125 fornecedores intensivos em carbono, que emitem 85% do volume total da cadeia de suprimentos.

A Vivo criou um programa para auxiliá-los na estruturação de planos de ação e inventários de emissões, além de estimular a criação de compromissos voluntários. De acordo com a empresa, 61% desses fornecedores já aderiram à iniciativa. 

Além disso, desde o começo deste ano, a companhia também passou a pedir a esses fornecedores intensivos em carbono que criassem metas de redução de emissões. 

O desafio está em engajar especialmente as empresas fornecedoras de pequeno e médio porte, segundo Gebara.

“É um trabalho complexo, um a um, com diagnóstico, tratando áreas diferentes”, afirmou o CEO.

O foco da companhia abrange também os clientes – o escopo 3 inclui também as emissões downstream, ou seja, aquelas associadas ao uso de seus produtos e serviços.

A Vivo pretende ampliar seu programa de circularidade, o Vivo Recicle. A meta passar das 150 toneladas acumuladas entre 2006 – ano de criação da iniciativa – e 2023 para 375 toneladas até 2035.

Para chegar a esse montante, a companhia quer engajar fabricantes, grandes clientes corporativos e ampliar a quantidade de postos de coleta de materiais em suas lojas.

Diversidade

A companhia também aproveitou a mudança da meta para reforçar seus compromissos de diversidade.

Até 2035, a Vivo quer chegar a um número de 40% de mulheres em postos de alta liderança e a 45% de mulheres em cargos de liderança.

A companhia tinha firmado uma meta junto ao Pacto Global da ONU de alcançar um volume de 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025, objetivo já atingido, segundo a companhia.

Outra meta envolve a quantidade de pessoas negras em altos postos da companhia, hoje de 33,1%. A ideia é atingir 40% até 2035.

Também há a intenção de ampliar a quantidade de funcionários negros em geral, passando de 42,1% para 45% na próxima década.

O compromisso original era ter, em 2024, 40% de colaboradores negros no geral e 30% de negros em cargos de liderança.