A BRF se comprometeu ontem a zerar o balanço de emissões de causadores do efeito estufa até 2040, meta similar à estipulada pela concorrente JBS.
Como parte do plano, a dona das marcas Sadia e Perdigão estipulou como meta reduzir em 35% as emissões diretas, geradas pelas fábricas e centros de distribuição (escopo 1), além do consumo de energia nas operações próprias (escopo 2), até 2030.
Para o escopo 3, ligada às emissões da cadeia de valor, a meta de dez anos é uma redução mais branda, de 12,5%, nas emissões indiretas dos fornecedores ligados à operação. (Ao contrário de outras grandes empresas listadas de proteínas, a BRF não opera na cadeia de bovinos e vende principalmente carne de frango e suína.)
A meta anterior, divulgada no último relatório anual de sustentabilidade da companhia, previa diminuir a intensidade das emissões de escopo 1 e 2 em 20% até 2030.
O compromisso foi submetido à Science Based Targets Initiative (SBTi), iniciativa global que oferece diretrizes para a construção de metas baseadas em ciência e pretende se alinhar ao cenário que limita o aquecimento global até 1,5ºC em 2050. O SBTi tem até dois anos para validar as metas.
A BRF declarou como pilares do plano a eficiência operacional e o maior uso de energia renovável. Segundo a empresa, em 2021 apenas 25% da energia consumida vinha de fontes renováveis, fatia que deve passar a 50% em 2030.
Além disso, disse que vai implementar um plano de compra de grãos sustentável, para garantir que eles não venham de locais associados a desmatamento na Amazônia. Há um plano ainda se implementar programas de agricultura de baixo carbono e uso de energia solar e biogás nos mais de 9.500 produtores integrados.