Do risco climático à questão tributária: os vencedores do Prêmio ESG Fama 2023

Gestora busca incentivar pesquisa acadêmica em investimentos sustentáveis

Do risco climático à questão tributária: os vencedores do Prêmio ESG Fama 2023
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A Fama Investimentos anunciou nesta quinta-feira os vencedores da segunda edição de seu concurso voltado para a área acadêmica. O Prêmio ESG tem como objetivo estimular a produção científica na área de investimentos sustentáveis e de questões ambientais, sociais e de governança em empresas. 

A premiação recebeu mais de cem submissões, das quais 48 atenderam aos critérios e foram consideradas nas duas categorias, graduação e pós-graduação. 

O primeiro colocado na categoria pós-graduação foi o artigo “Os efeitos do ESG em um ambiente de agressividade tributária e risco fiscal sobre o valor de mercado das empresas brasileiras”, produzido na Fucape Pesquisa e Ensino, de Nova Mutum (MT). A pesquisa analisou empresas listadas na B3 com base em critérios ESG.

Com base em dados ESG disponíveis na Thomson Reuters Eikon, a pesquisa concluiu que, quanto maior a pontuação ESG registrada pela empresa, maior foi a arrecadação de impostos e menor o risco fiscal e reputacional. Os autores são Jusceliany Rodrigues Leonel Correa, Valcemiro, Silvania Neris Nossa e Carlos Eduardo de Freitas. 

O segundo lugar ficou com o artigo “Medindo o intangível: uma proposta de novo rating ESG para fundos de investimentos”, de Leonardo Augusto Dufloth, da FECAP, de São Caetano do Sul (SP). O autor analisou os ratings ESG existentes e, como conclusão, sugeriu mudanças que levem mais em consideração questões de diversidade e inclusão. 

Na graduação, o primeiro lugar ficou com o artigo que explorou a eficiência do mercado de capitais brasileiro na reação aos riscos climáticos decorrentes de secas extremas. No setor de água e saneamento, ela é baixa, por exemplo. “Risco climático de secas no Brasil e o mercado de capitais” foi escrito por Antonio Carlos de Paula Junior, da FGV EBAPE, de Curitiba.

“Estudo comparativo de metodologias de avaliação para índices ESG” levou o segundo lugar, com uma comparação das metodologias usadas pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, o ISE, e a família de índices MSCI ESG Indexes do Morgan Stanley Capital International. Bley Ribeiro de Almeira Junior, da Universidade de São Paulo, concluiu que o MSCI adota critérios mais refinados de avaliação. 

A premiação foi de R$ 11 mil e R$ 6 mil para os trabalhos ganhadores da pós-graduação e R$ 5 mil e R$ 3 mil para os da graduação. Uma série de livros ligados ao chamado “capitalismo consciente”, cursos de formação na área, a publicação do trabalho na revista MIT Sloan Review Brazil, a possibilidade de summer job na Mazars, especializada em auditoria, consultoria e financial advisory, ou no Sistema B e mentoria com um profissional do mercado também são parte dos prêmios. 

O processo de seleção

Os trabalhos foram avaliados por uma banca formada por Alexandre Di Miceli (FEA/USP), Ana Luci Grizzi (EY, colunista do Reset), Betania Tanure (PUC-MG), Carlo Pereira (Pacto Global da ONU Brasil), João Paulo Pacífico (Grupo Gaia), Rayhanna Fernandes (FIA e MatrePotência), Selma Moreira (J.P. Morgan) e Viviane Torinelli (Brasfi).

Em quatro fases de avaliação, foram considerados critérios em aspectos metodológicos, teóricos e de impacto, e linguísticos e culturais. 

A Mazars foi a parceira responsável pelo processo operacional da avaliação.

O Reset, a B3, a publicação MIT Sloan Review Brasil, o movimento Capitalismo Consciente, a consultoria Resultante e o Sistema B também estiveram entre os parceiros.

Confira aqui os vencedores da primeira edição do Prêmio ESG da Fama