A Brazil Potash, que controla a Potássio do Brasil, captou US$ 30 milhões com uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Nyse American, segmento da Bolsa de Nova York para empresas menores e em crescimento.
A companhia está construindo uma mina no coração da Amazônia para explorar potássio, um dos fertilizantes essenciais para a agricultura e do qual o país é quase que totalmente dependente de importações.
Com um investimento estimado em US$ 2,5 bilhões, o projeto levantou menos recursos do que previa inicialmente. O plano era captar US$ 150 milhões ainda este ano na Nyse, segundo pessoas com conhecimento do negócio.
O preço da ação indica que a demanda pelos papéis veio abaixo do estimado. Foram ofertadas 2 milhões de ações ordinárias a um valor de US$ 15 cada, segundo anúncio da empresa na noite desta terça-feira (26). O preço veio no piso da faixa prevista pela companhia, que ia até US$ 18.
O tamanho da oferta também foi reduzido. Na semana passada, a companhia fez pedido para emitir 4,25 milhões de ações, segundo documento enviado para a Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais americano. Nesta segunda (25), na véspera da oferta, pediu para reduzir o montante para 2,4 milhões de papéis.
Este é o primeiro IPO de uma empresa com ativos brasileiros na bolsa de Nova York desde a oferta do Nubank, em dezembro de 2021. A Brazil Potash tem sede no Canadá, mas foi criada para abarcar a operação da subsidiária brasileira.
A ação começará a ser negociada na bolsa de Nova York nesta quarta-feira (27) com o código “GRO”.
Atuaram como coordenadores da oferta Cantor Fitzgerald, Bradesco BBI, Freedom Capital Markets, Roth Capital Partners e Clarksons Securities.
Localizado em Autazes, município a 113 quilômetros de Manaus, a mina da Potássio do Brasil prevê extrair 60 milhões de toneladas do minério ao longo de 23 anos. As obras de construção começaram no meio do ano, depois de ficarem travadas quase por uma década pela falta de licenças ambientais.
A empresa passou os últimos oito anos numa batalha judicial com o Ministério Público Federal do Amazonas, que segue questionando as licenças de instalação da mina por conta dos riscos ambientais e da proximidade de terras indígenas. As licenças foram concedidas em abril deste ano pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam).
O plano da Brazil Potash era financiar 30% do projeto com capital e 70% com dívida, disse Adriano Espeschit, CEO da Brasil Potássio, em entrevista ao Reset em julho deste ano.