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EUA ‘rejeitam e denunciam’ Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU 

Representante americano nas Nações Unidas afirma que o apoio a “iniciativas globalistas” foram derrotados na eleição que levou Trump novamente à Casa Branca

Símbolos dos objetivos de desenvolvimento sustentável

O governo dos Estados Unidos “rejeitou e denunciou” os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 das Nações Unidas.

As iniciativas foram classificadas como “contrárias aos interesses e direitos dos americanos” por Edward Heartney, representante do país na ONU para assuntos econômicos e sociais.

Os ODS reúnem 17 metas assumidas pelos países signatários, como valorização da igualdade de gênero, energia limpa e barata e manutenção da vida nos oceanos. 


Heartney fez as críticas em um discurso na última terça-feira (4). Na pauta, a Assembleia Geral discutia a criação do Dia Internacional da Coexistência Pacífica em 28 de janeiro.

Ele disse que os Estados Unidos defendem a paz, mas não poderiam apoiar a data comemorativa, e aproveitou para criticar as iniciativas de sustentabilidade.

“Temos a preocupação de que esta resolução seja uma reafirmação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Embora formulados em linguagem neutra, a Agenda 2030 e os ODS promovem uma governança global ‘soft’ que é inconsistente com a soberania dos EUA e contrária aos direitos e interesses dos americanos”, disse.

Argentina e Israel também votaram contra a criação da data comemorativa, enquanto Paraguai e Peru se abstiveram. Outros 162 países votaram a favor, aprovando a proposta.

Heartney afirmou ainda que a nova administração americana faz uma correção de rota em termos de “gênero e ideologia climática”. “Simplificando, iniciativas globalistas como a Agenda 2030 e os ODS perderam nas urnas”, afirmou, em relação à vitória de Donald Trump em novembro passado.
Desde que tomou posse em seu segundo mandato, em 20 de janeiro, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, que estabelece metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, e de organizações multilaterais como a Organização Mundial da Saúde.

O reposicionamento ocorre em meio às discussões internacionais sobre o aumento do financiamento global para atingir as metas de ODS. As Nações Unidas estimam que ainda são necessários US$4 trilhões de dólares.

Em 2024, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um esforço anual de US$500 bilhões para financiar projetos de longo prazo nos países em desenvolvimento.