Tereos investe na economia circular e em biocombustíveis para reduzir emissões

Empresa reaproveita recursos, resíduos e coprodutos de seu processo produtivo para tornar sua atuação cada vez mais sustentável

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Tereos investe na economia circular e em biocombustíveis para reduzir emissões
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Resíduos industriais não precisam ser ônus ambiental para as companhias se existe a possibilidade de aproveitá-los ao máximo. A Tereos Açúcar e Energia Brasil, subsidiária brasileira da francesa Tereos, trabalha com essa ideia.

A cana-de-açúcar e a água utilizadas para produzir açúcar e etanol são reinseridas no processo de produção. Viram energia, fertilizantes e produtos para nutrição animal.

Após a colheita, o caldo da cana-de-açúcar é extraído e segue para o beneficiamento, onde será transformado no produto final.

Essa etapa dá origem ao bagaço, biomassa que, quando queimada, gera vapor que movimenta turbinas e produz energia elétrica, usada pela Tereos Brasil em suas operações, além de vender o excedente na rede elétrica. 

A conversão do caldo em etanol, por sua vez, gera um resíduo chamado vinhaça, rico em potássio e matéria orgânica, que vai para um biodigestor e vira biogás. A mesma vinhaça também é utilizada para fertilizar e irrigar os canaviais da companhia.

Outro subproduto, a torta de filtro, também se transforma em fertilizante orgânico e reduz emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) ao diminuir a utilização de fertilizantes minerais.

No caso da Tereos, são os fertilizantes minerais, seguido do uso de diesel nas frotas, os principais responsáveis pelas emissões de GEE. 

Pierre Santoul, diretor presidente da Tereos no Brasil, destaca que ao reduzir o uso de ambos com o reaproveitamento dos resíduos da produção industrial, a empresa também reduz de maneira significativa as emissões de seu Escopo 1 (relativo à atuação direta da companhia). 

Uma questão central para que se tenha uma economia cada vez mais verde é a redução do consumo da água, demanda à qual a Tereos vem respondendo há quinze anos.

A empresa conta com um comitê específico para estudar formas de diminuição de uso e reaproveitamento do recurso hídrico. 

Por exemplo: o vapor produzido durante a queima da biomassa da cana, depois de fazer girar as turbinas e produzir energia elétrica, não é dissipado na atmosfera. Ele é condensado e a água é reintroduzida na operação da empresa. 

Outra iniciativa é um projeto de recuperação de nascentes nas regiões em que a Tereos atua – o reflorestamento dessas áreas ajuda a infiltrar água no solo, aumentando sua disponibilidade.

Uma frente importante para a Tereos é garantir que o plantio e colheita da matéria-prima sigam altos padrões de sustentabilidade. Para isso, a companhia tem investido na certificação da cana-de-açúcar.

Ela se baseia em auditorias e visitas técnicas das fazendas para garantir que os processos de produção, como o plantio, cultivo da cana e colheita, sejam social e ecologicamente adequados. 

Atualmente, a Tereos cultiva cerca de 60% da cana que processa para produzir etanol e açúcar. Toda essa produção própria é certificada pelo padrão Bonsucro.

Os cerca de 40% restantes vêm de 700 produtores, e 20% do total da cana produzida por eles têm o selo SAI, plataforma de certificação de padrão de produção agrícola sustentável mundialmente reconhecido.

A companhia vem orientando e fomentando mais agricultores a certificarem suas atividades e obterem os benefícios que estas certificações promovem para suas operações.

S de segurança

Além dos objetivos ambientais, como redução da emissão de GEE, diminuição do consumo de água e aumento do processamento de cana certificada, a empresa também tem se comprometido a melhorar os índices de saúde e segurança de suas operações.

A meta de redução de acidentes, por exemplo, é uma das novidades estabelecidas no último financiamento verde contratado pela Tereos.

Para alcançar níveis ainda mais altos no bem-estar dos trabalhadores, a Tereos tem, desde 2018, centrado esforços em promover uma mudança cultural focada na formação das lideranças da companhia. 

Gerentes e diretores são treinados e estimulados a enfatizar as medidas de segurança para suas equipes de forma constante.

“Acreditamos que a liderança tem um papel fundamental na conscientização sobre o tema e deve servir de exemplo aos nossos colaboradores”, diz Santoul. 

A companhia trabalha também para transformar a perspectiva sobre esse tema. O objetivo é dar foco à importância de criar um ambiente de trabalho mais seguro em vez de se concentrar apenas em mitigar acidentes. 

“Se falamos apenas em diminuir acidentes, não estamos falando em aumentar a segurança, que é o que queremos”, explica. 

A companhia realiza análises quantitativas e qualitativas para mensurar e gerenciar riscos de forma contínua, além de manter uma comissão interna de prevenção de acidentes, e disponibilizar serviços de saúde no trabalho que levam em conta os riscos associados a cada função exercida pelos colaboradores – dos campos aos escritórios, passando pelas usinas.

Tais ações geraram redução de 16% nas ocorrências graves da safra 2021/22 para a safra 2022/23 – o que engloba qualquer incidência de lesões graves e severas. 

Finanças verdes

A operação sustentável da Tereos favoreceu a entrada da companhia no mercado de financiamentos verdes, em que os juros dos empréstimos diminuem se o tomador alcançar certas metas. Cada meta é atrelada a melhores resultados ambientais, sociais ou de governança.

Todas são devidamente mensuradas por levantamentos da própria empresa e, depois, auditadas e certificadas. A companhia atualmente tem mais da metade da sua dívida, o equivalente a R$ 2,3 bilhões, em instrumentos verdes levantados nos últimos 3 anos. 

O primeiro empréstimo verde feito pela empresa em 2020, de US$ 105 milhões, tem cinco anos de prazo e dois anos de carência. Com este financiamento, a Tereos foi a primeira empresa no Brasil a emitir um financiamento verde no setor sucroenergético. 

Felipe Mendes, diretor de tesouraria e desenvolvimento de negócios, explica que, ao cumprir todas as metas, a empresa ganha 0,12% de redução de juros sobre o montante total por ano.

Neste caso, a Tereos conseguiu uma redução de juros de R$ 750 mil no primeiro ano. Ao fim do prazo, a economia em juros pode chegar a R$ 4 milhões.  

Outro exemplo foi a emissão, em 2021, de R$ 348 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Os títulos, que são destinados a financiar o plantio de cana-de-açúcar para a produção de etanol, foram validados como verdes pela Sitawi, organização voltada ao desenvolvimento de finanças sustentáveis. 

Mendes atribui também a isso o interesse do mercado pelos CRAs da Tereos, que obtiveram uma precificação melhor do que a esperada – a empresa estava disposta a pagar IPCA + 6% ao ano, mas conseguiu IPCA + 4,9% graças à boa demanda da operação, que atraiu mais de 3 mil pessoas físicas. 

Já Santoul ressalta que, para avançar na agenda ESG, bem como em direção ao crédito verde, as empresas precisam estar estruturadas para evoluir de forma consistente em suas práticas de sustentabilidade – lição que a Tereos aprendeu e vem colocando em prática. 

Sobre a marca:

A Tereos gera alimentos e energia de forma sustentável a partir das matérias-primas agrícolas, como cana-de-açúcar, beterraba e outras.