Notas de Dubai - Vamos entrar no cheque especial do carbono?

Novo estudo aponta que as emissões de gases de efeito estufa seguem crescendo – e a janela do 1,5° vai se fechando

Bandeira da COP28, conferência do clima que acontecerá em novembro de 2023
Bandeira da COP28, conferência do clima que acontecerá em novembro de 2023
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Sobre o Apoio

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As emissões globais de gases de efeito estufa devem bater novos recordes este ano. A projeção é que sejam lançadas 40,9 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2023. A projeção é do Global Carbon Budget, uma iniciativa de mais de 90 instituições de pesquisa que calcula quanto ainda nos resta no orçamento mundial de carbono antes de ultrapassar o limites perigoso de 1,5°C de aumento da temperatura.

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A imensa maioria das emissões – 36,8 bilhões – vem do uso de combustíveis fósseis, que cresceram 1,1% em relação a 2022 e 6% desde a adoção do Acordo de Paris, há oito anos. Os restantes 4,1 bilhões vêm do desmatamento. Os pesquisadores indicam um “pequeno mas incerto declínio” dessas emissões nas duas últimas décadas. Mas esse CO2 associado a atividades humanas ainda é alto demais para que possa ser compensado por ações de reflorestamento.

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“Parece inevitável que vamos passar da meta de [limitar o aquecimento a] 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris. Os líderes reunidos na COP28 terão de concordar com cortes rápidos nas emissões de fósseis para manter viva uma meta de 2°C”, disse o líder do estudo, Pierre Fredlingstein, da Universidade de Exeter. Hoje, o mundo já é 1,2°C mais quente que na era pré-industrial – e todos estamos vivendo as consequências.

NOME SUJO – 4

O dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa ficam na atmosfera durante muito tempo. É com base nesse total acumulado que são calculadas as probabilidades de aumentos futuros na temperatura. Mantida a curva atual, existe uma chance de 50% que o mundo estoure até 2030 o orçamento restante para manter o aquecimento a 1,5°C. Em 15 anos, a temperatura pode aumentar 1,7°C.

NOME SUJO – 5

Um dos objetivos desta COP é reafirmar a meta de 1,5°C. Isso significaria cortes massivos nas emissões ainda esta década, principalmente de combustíveis fósseis. “Só apoiar renováveis não vai resolver o problema”, disse Glen Peters, do Centro Internacional de Pesquisa Climática de Oslo.

NOME SUJO – 6

Se o mundo entrar no cheque especial do carbono, algo que parece cada vez mais provável, seriam necessários enormes investimentos em remoção de CO2 da atmosfera para sair do vermelho. Isso significa plantar mais árvores e também acelerar as soluções de engenharia que hoje ainda custam caríssimo e não se comprovaram na escala necessária, como a captura direta.