A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, vai colocar seu peso (e US$ 550 milhões) em uma planta que vai tirar CO2 diretamente do ar.
O projeto está sendo construído nos Estados Unidos pela 1PointFive, companhia que pertence à petroleira Occidental Petroleum. O plano é que a unidade entre em operação em 2025 e tenha a capacidade de remover anualmente até 500 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.
A BlackRock fez o investimento por meio de sua área de Infraestrutura Diversificada, que formará uma joint-venture com a 1PointFive para controlar a operação.
A fabricante de aviões Airbus e gigante do varejo Amazon já assinaram contratos para comprar os créditos de remoção de carbono que serão gerados.
A tecnologia da Stratos, nome da planta, é conhecida como DAC, sigla em inglês para captura direta do ar. Esses sistemas funcionam como uma espécie de filtro que separa o CO2 do ar que respiramos.
O gás pode ter dois destinos. O primeiro são depósitos naturais subterrâneos, onde o carbono ficará armazenados por milhares de anos.
Outra possibilidade, ainda em estudos, é utilizar o CO2 como ingrediente de combustíveis sintéticos para uso em aviões, por exemplo. Esses substitutos não exigem mudanças nas aeronaves e não lançam carbono “novo” na atmosfera.
A Occidental também planeja usar o dióxido de carbono para recuperação avançada de petróleo, uma técnica que aumenta o aproveitamento de poços no fim da vida útil.
Retirar o CO2 do ar é tecnicamente possível, mas ainda não existem projetos que provem a viabilidade econômica da tecnologia em grande escala.
Os críticos afirmam que as grandes empresas de combustíveis fósseis só se interessam pela captura direta porque ela permitiria a continuidade da produção de petróleo.
Nas redes sociais, Larry Fink, fundador e CEO da BlackRock, afirmou que as empresas de energia terão papel central na descarbonização.
“Elas têm o conhecimento do mercado e a expertise técnica que será necessária em escala global. Estamos orgulhosos de trabalhar como inovadoras ousadas como Vicki [Hollub, CEO da Occidental] e a equipe da Oxy, apoiando seus planos ambiciosos.”