O fundo Tech For Good Growth (TFGG), da Vox Capital, vai receber do BNDES um investimento correspondente a 25% do patrimônio líquido do fundo, o que pode ultrapassar os R$ 50 milhões, elevando o total de ativos sob gestão da casa para mais de R$ 650 milhões.
O fundo da Vox foi selecionado pelo BNDES em uma chamada pública para investimentos de impacto socioambiental, por meio de produtos e serviços inovadores. A participação do banco é limitada por edital a um quarto do valor total do fundo. Os recursos devem entrar até novembro deste ano.
O Tech For Good Growth foi apresentado pela Vox à CVM no final de 2020 e começou a operar no início de 2021, com uma estratégia de compra de participação em startups em estágio inicial, de base tecnológica e com vocação socioambiental ampla, abordando saúde, educação, inclusão financeira, clima, energia, economia circular, raça e gênero.
Atualmente no portfólio, estão as startups Omens, de saúde masculina; ISA, que faz exames em domicílio; a fintech Celcoin, de inclusão financeira; a Octa, de economia circular de peças de automóveis; e a Nude, de produtos alimentícios à base de aveia.
A Vitalk, de saúde mental, fazia parte do portfólio e foi vendida em abril deste ano para a Gympass, em uma transação de valor não divulgado, mas com uma taxa de retorno interna de 102% para o fundo.
Com R$ 114 milhões sob gestão, o TFGG permanece aberto à captação até o fim do ano.
Daniel Izzo, cofundador e CEO da Vox, disse em nota que o edital do BNDES reforça o movimento de investimentos voltados para o impacto social positivo.
“É uma sinalização ao mercado de que o capital para impulsionar soluções relevantes na vida das pessoas e do planeta será uma demanda”, afirma.
Segundo o BNDES, 14 gestoras mandaram proposta à chamada pública, mas apenas três foram contempladas com recursos até o momento, sendo a Vox a única brasileira.
Além do fundo da Vox, o BNDES também destinou recursos ao Lightrock Growth Equity, fundo late-stage da Lightrock, e ao Amazon Biodiversity Fund (ABF), da Mirova, focado em empresas que estimulam a biodiversidade da Amazônia brasileira.
O fundo late-stage da Lightrock, gestora internacional que está no Brasil há cinco anos, é destinado a empresas em estágio de crescimento, cujo risco reside na execução e não no produto. Entre as investidas do fundo estão a Buser, de fretamento coletivo de ônibus, e a fintech de crédito Creditas.
Já a Amazon Biodiversity Fund (ABF), da francesa Mirova, com sede em São Paulo, opera num modelo de dívidas atreladas a receitas futuras. O fundo investe na Manioca, marca de alimentos de ingredientes amazônicos; na Horta da Terra, que produz ervas e plantas alimentícias não-convencionais da Amazônia; e o investimento mais recente foi no Café Apuí.
Foto: Towfiqu barbhuiya, via Unsplash