Cali, Colômbia – O Governo Federal vai apresentar o desenho da taxonomia sustentável do Brasil durante a COP29 do Clima, que começa em menos de duas semanas, em 11 de novembro, na cidade de Baku, no Azerbaijão.
Na ocasião, o Ministério da Fazenda abrirá uma consulta pública, que deve ficar aberta até março de 2025, para que outros atores possam fazer suas contribuições. A expectativa é que o documento seja finalizado em abril do ano que vem.
A taxonomia, já desenvolvida na União Europeia e na Colômbia, por exemplo, é um instrumento que serve como régua para os investimentos sustentáveis de cada país.
A confirmação das datas foi feita durante evento da Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP-FI, na sigla em inglês) sobre diretrizes comuns para as taxonomias sustentáveis na América Latina e Caribe, realizado nesta terça-feira, 29, durante a COP16 da Biodiversidade.
“A taxonomia brasileira não é apenas ambiental, mas também social e inclui o setor rural. Estamos abrangendo oito cadeias de valor, sendo que três delas se destacam pelo aspecto social e de biodiversidade: as de cacau, peixe e espécies nativas”, disse Luiza Sidonio, gerente de projetos da Secretaria Executiva da Fazenda.
Há quase 50 taxonomias sendo desenvolvidas ao redor do mundo atualmente. “É importante pensar nas especificidades de cada país, mas também olhar para outras taxonomias para que se tenha interoperabilidade, e estamos fazendo isso”, afirmou Sidonio.
Chefe da divisão de conectividade, mercados e finanças do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Anderson Caputo Silva destacou o caráter de urgência que os diversos mecanismos inovadores das finanças sustentáveis precisam trazer.
“Nós não temos tempo a perder. Os investidores não podem ficar fazendo compras por aí e gastar muito tempo”, disse ele, reforçando a importância da compatibilidade entre as diferentes taxonomias.