BID e BNDES lançam coalizão de bancos da Amazônia e vão ofertar R$ 4,5 bi para pequenos negócios

Os 19 bancos de desenvolvimento signatários trabalharão de forma coordenada para financiar projetos públicos e privados de alternativas econômicas sustentáveis

BID e BNDES lançam coalizão de bancos da Amazônia e vão ofertar R$ 4,5 bi para pequenos negócios
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Um dia antes da abertura da Cúpula da Amazônia, que reunirá chefes de Estado em Belém, foi anunciada hoje na capital paraense a criação de uma aliança de bancos de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica para impulsionar o financiamento do desenvolvimento sustentável. 

Batizada de Coalizão Verde, a iniciativa é liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e conta com a participação de um total de 19 bancos de desenvolvimento da região.

A ideia é que os bancos signatários trabalhem de forma coordenada para financiar projetos públicos e privados de “alternativas econômicas sustentáveis, inclusivas e positivas para o clima”, em áreas como geração de emprego e renda, saneamento, saúde, educação, conectividade, infraestrutura verde, transição energética e conservação e restauração florestal. 

De concreto, a aliança nasce com a promessa de um orçamento de US$ 900 milhões (R$ 4,5 bilhões) do BID e do BNDES a serem aplicados nos próximos dois anos, para dar crédito para as pequenas e microempresas e empreendedores individuais. Esses recursos fazem parte do programa batizado de Pro-Amazônia. Do total, US$ 750 milhões virão do BID e US$ 150 milhões, do BNDES

Segundo os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do BID, Ilan Goldfajn, o Pro-Amazônia deve começar a operar de fato no primeiro semestre de 2024 e está aberto a outros bancos da região que queiram aderir ao programa. 

Os recursos poderão financiar a modernização, expansão, aquisição de bens, equipamentos e inovação. Além do dinheiro, os negócios terão acesso ao apoio técnico do BID para desenvolverem práticas sustentáveis na sua operação. 

Mercadante informou que, para tornar o programa de fato acessível, serão criadas novas linhas de crédito, com juros ainda mais baixos do que as praticadas nos programas federais e estaduais de incentivo à produção já existentes, e também com o tratamento diferenciado – e desburocratizado – para os empreendedores que começaram o negócio sem o sonhado e ideal “plano de negócios” e com poucas garantias a oferecer.

O programa para pequenos negócios é apenas uma das iniciativas da Coalizão Verde e novos anúncios devem ser feitos em novembro na COP28, em Dubai. 

Seguem existindo outras estratégias já tocadas em parceria pelo BNDES e pelo BID, que incluem os programas “Amazónia Sempre” e “Floresta Viva”, que  atendem às empresas de médio porte nas chamadas de finanças híbridas para a bioeconomia florestal, nos programas de descarbonização para a produção de energia limpa na região e para a estruturação de projetos de investimentos em concessões florestais.