Palmeiras de dendê geram renda e protegem a floresta em iniciativa no Pará

Agropalma expande sua parceria de produção de dendê com agricultores familiares

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Palmeiras de dendê geram renda e protegem a floresta em iniciativa no Pará
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A renda de parte dos agricultores da comunidade de Vila Jutaí, no município paraense de Moju, vem de culturas como mandioca, pimenta-do-reino, cacau e açaí. Durante muito tempo, foi comum no plantio o uso do método de derruba e queima, que degrada rapidamente o solo e emite carbono. Esse não é o único problema.  “Apesar de plantar e colher várias culturas, às vezes a gente não consegue vender porque não tem quem compre”, conta o agricultor Raimundo Nonato Pompeu (na foto acima). Agora, ele tem uma expectativa mais animadora.

Pompeu faz parte de um grupo de 17 famílias que começou a plantar 227 hectares de mudas de palmeira de dendê em 2023. A expectativa é ter uma renda estável com esse esforço a partir de 2026, quando as árvores passam a produzir os cachos de frutos dos quais são extraídos os óleos.

“É um investimento alto, mas dá segurança”, diz o agricultor. Implementar a cultura da palma pode custar R$ 19 mil por hectare e fazer as mudas vingarem exige trabalho árduo. 

Mas os frutos têm comprador garantido: a Agropalma, maior produtora sustentável de óleo de palma do Brasil e das Américas. A empresa encabeça o projeto de produção responsável de dendê, do qual também participam a Prefeitura de Moju e a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, vinculada ao Ministério da Agricultura).

Os produtores rurais da região não precisam – e nem devem – abandonar seus outros cultivos. Nas entrelinhas, espaço entre uma fileira e outra de árvores, podem plantar as culturas tradicionais: cacau, pimenta-do-reino e mandioca. Já o açaí é extraído de árvores que crescem nas bordas das propriedades, próximas a cursos de água.

As vantagens da agrofloresta

Essa produção combinada é chamada de sistema agroflorestal (SAF), maneira sustentável de produzir alimentos, fazendo com que coexistam plantios agrícolas com espécies perenes de árvores e arbustos. O método dificulta o surgimento de pragas e evita os danos que a monocultura traz para o solo e para a diversidade da fauna e flora local. 

A palma também facilita a regeneração de solos degradados. Pareceria até uma solução perfeita – se fosse uma espécie nativa da Floresta Amazônica. A espécie se dá bem na Amazônia, mas provém da África. Para evitar a substituição de flora nativa, a Agropalma só firma parcerias desse tipo para a produção em áreas que foram degradadas até 2008, marco temporal de proteção florestal do país.  

Os produtores não podem fazer queimas e são incentivados a não usar herbicidas e pesticidas em suas lavouras. Para isso, contam com assistência da empresa para fazer controle de pragas de maneira biológica. 

“Toda agricultura tem impacto ambiental, mas quando se faz de maneira sustentável em área degradada, o impacto é positivo. Só que trabalhar com esse tipo de agricultura não é algo fácil”, diz Marco Flavio Picucci, coordenador agrícola da Agropalma.

Produzir sem acelerar o processo com produtos químicos é desafiador, principalmente nos primeiros anos, em que as mudas ainda não deram frutos e não trazem renda. A dificuldade poderia inviabilizar o trabalho das 17 famílias. Mas o histórico de outros agricultores do dendê vem servindo de inspiração.

Desde 2001 a Agropalma firma parcerias com produtores paraenses por meio do Programa de Agricultura Familiar: fornece as mudas, o treinamento e se compromete a adquirir o dendê produzido por eles. 

Leonel Oliveira de Souza, da comunidade de São Vicente do município de Moju, foi um dos primeiros. “Na nossa região você não via uma bicicleta, um trabalhador de bota, era só sandália. As casas eram de madeira”, relembra. 

No começo, foi difícil cuidar de uma cultura nova, por anos, antes que elas se tornassem lucrativas. “Muita gente desistiu do projeto porque não acreditou. Os que acreditaram estão vivendo numa condição melhor, quebraram o ciclo. 

“Algumas famílias mandaram seus filhos para estudar”, diz Antônio Jorge Brandão, gerente do Programa de Integração Agricultura Familiar da Agropalma.

Os agricultores hoje têm bicicletas, botas, casas de alvenaria, automóveis e maquinário agrícola. A renda, que às vezes não passava de R$ 200 mensais, agora pode chegar a R$ 15 mil por mês. 

“O produtor não vai mais cavar terra para extrair ouro, porque está plantando ouro em cima da terra”, diz Souza, apontando que a cultura de palma também ajuda a evitar que os moradores da área recorram ao garimpo para subsistência.

Um cultivo em expansão 

A palma tem alta demanda global. A Agropalma é a segunda maior produtora de palma orgânica do mundo e tem produção verticalizada. A empresa planta 76,5% da palma que utiliza. Dos frutos, extrai o óleo do dendê e refina. 

Assim obtém o óleo de palma, óleo vegetal mais consumido do mundo, ingrediente de vários produtos industrializados, como margarina, sorvete, detergentes, cosméticos e medicamentos. Tanta demanda tem a ver com a produtividade do dendê, que pode render até 30 vezes mais que outras oleaginosas. 

No Brasil, a empresa tem 107 mil hectares de terras no município de Tailândia no estado do Pará. Desse total, 64 mil hectares são destinados a reserva florestal e 39,6 mil hectares abrigam plantações de palma, sendo 12% deles certificados como orgânicos*. 

O restante é destinado a infraestrutura para a produção. A empresa está na região amazônica há 40 anos e converteu floresta em plantações de palma no período entre 1982 e 2002.

Desde então, planta apenas em áreas de pasto ou outros cultivos agrícolas, em terras próprias ou em parceria com agricultores da região. Além das terras, a empresa opera seis usinas e tem duas refinarias, uma no Pará e outra no estado de São Paulo.

Atualmente, 273 famílias em oito municípios do Pará plantam 13.500 hectares de forma integrada com a Agropalma. A empresa investiu R$ 26 milhões no projeto até o momento. A parceria deu certo e a operação vai crescer: o objetivo é agregar mais 3.100 hectares cultivados por agricultores familiares até 2027, em um investimento de R$ 60 milhões em mudas e insumos.

(*Dados do relatório de sustentabilidade de 2021)

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Sobre a marca:

A Agropalma é a maior produtora de óleo de palma sustentável das Américas e tem como propósito tornar a palma sustentável uma referência brasileira.