A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) fechou sua segunda captação via sustainable bonds, no valor de R$ 2 bilhões, por meio de sua distribuidora, a Cemig D. Os recursos, carimbados para projetos com impactos sociais e ambientais, devem contribuir com o objetivo da empresa de melhorar a disponibilidade de energia elétrica e a segurança e qualidade energética para seus clientes.
A operação registrou um dos maiores valores para este tipo de dívida no país e teve demanda de R$ 5,46 bi – 2,73 vezes o valor da oferta.
As debêntures foram emitidas em duas séries: uma de R$ 400 milhões com o prazo de vencimento de cinco e dez anos, com taxa CDI mais 0,80% ao ano; e outra de R$ 1,6 bilhão, de dez anos, com taxa IPCA mais 6,1469% ao ano, conforme comunicado ao mercado.
O objetivo da companhia com a emissão é recompor caixa da subsidiária de distribuição para viabilizar investimentos em projetos relacionados ao seu Plano de Desenvolvimento da Distribuidora (PDD). A companhia também alongou o prazo médio da sua dívida e reduziu o custo médio.
A primeira captação do tipo pela Cemig ocorreu em junho de 2023, com R$ 2 bi em títulos com prazo de vencimento de três anos.
O dinheiro será utilizado de acordo com o Sustainable Finance Framework da mineira e o avanço do PDD, que tem previsão de investimento de R$ 18,4 bilhões no ciclo de 2023 a 2027 – parcela importante dos R$ 42,2 bi previstos para investimentos totais da companhia no período.
“O PDD da Cemig visa incrementar a disponibilidade de energia elétrica e promover ganhos ambientais, como redução de emissões de gases de efeito estufa, além de fomentar o desenvolvimento social e econômico na área de concessão da distribuidora”, diz Leonardo George de Magalhães, vice-presidente de finanças e de relações com investidores da empresa, em nota.
A área de concessão da Cemig atende 90% de Minas Gerais e alcança 774 municípios no Estado.
Um dos projetos do PDD visa ampliar o atendimento em zonas rurais, com a expansão das redes da distribuidora na área de concessão e a troca da energia de monofásica para trifásica – o que permite melhora na potência e menor risco de queda de energia.
No programa também estão previstos investimentos na modernização e criação de subestações de energia, novas linhas de distribuição e ações de eficiência energética.