BNDES e aliança financeira global querem criar ‘mapa’ dos projetos verdes

Objetivo é dar visibilidade a empreendimentos climáticos brasileiros para investidores internacionais; em 2023, só 6% do dinheiro climático privado veio para América Latina

BNDES e aliança financeira global querem criar ‘mapa’ dos projetos verdes
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O BNDES firmou um acordo com o Gfanz, a maior aliança global pela descarbonização do sistema financeiro, para desenvolver uma plataforma digital que conecte projetos sustentáveis no Brasil ao capital internacional.

A carta de intenções foi assinada na tarde desta segunda-feira pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o co-líder do Gfanz e ex-presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, no Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas.

Não foram divulgados detalhes sobre o funcionamento da plataforma ou um prazo para o lançamento. Carney afirmou que outras iniciativas do gênero não têm uma ambição comparável.

Mercadante afirmou que o objetivo principal é dar aos empreendimentos no país visibilidade global. Do US$ 1,8 trilhão total em investimentos climáticos realizados no ano passado, 75% foram divididos entre Estados Unidos, Europa e China. A América Latina ficou com somente 6%.

A Glasgow Financial Alliance for Net Zero foi lançada há três anos, com a soma de US$ 140 trilhões em ativos sob gestão. Hoje, 675 instituições de 50 países integram a coalizão.

A entidade está desenvolvendo projetos semelhantes na Indonésia e no Vietnã, mas em ambos os casos o foco é concentrado na transição energética.

A iniciativa com o BNDES, que vai envolver todos os setores da economia, incluindo soluções baseadas na natureza, será uma “lição” para o mundo, afirmou Carney.

Mais cedo, o Ministério da Fazenda havia lançado o Eco Invest Brasil, uma coleção de medidas para aumentar a atratividade de empreendimentos verdes brasileiros, incluindo proteção cambial.

Os dois anúncios vêm na semana em que os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 se reúnem em São Paulo.

A aceleração do fluxo de recursos para que os países do Sul Global se preparem para – e lidem com as consequências da – mudança climática é um dos temas prioritários da reunião.