O BNDES firmou um acordo com o Gfanz, a maior aliança global pela descarbonização do sistema financeiro, para desenvolver uma plataforma digital que conecte projetos sustentáveis no Brasil ao capital internacional.
A carta de intenções foi assinada na tarde desta segunda-feira pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o co-líder do Gfanz e ex-presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, no Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas.
Não foram divulgados detalhes sobre o funcionamento da plataforma ou um prazo para o lançamento. Carney afirmou que outras iniciativas do gênero não têm uma ambição comparável.
Mercadante afirmou que o objetivo principal é dar aos empreendimentos no país visibilidade global. Do US$ 1,8 trilhão total em investimentos climáticos realizados no ano passado, 75% foram divididos entre Estados Unidos, Europa e China. A América Latina ficou com somente 6%.
A Glasgow Financial Alliance for Net Zero foi lançada há três anos, com a soma de US$ 140 trilhões em ativos sob gestão. Hoje, 675 instituições de 50 países integram a coalizão.
A entidade está desenvolvendo projetos semelhantes na Indonésia e no Vietnã, mas em ambos os casos o foco é concentrado na transição energética.
A iniciativa com o BNDES, que vai envolver todos os setores da economia, incluindo soluções baseadas na natureza, será uma “lição” para o mundo, afirmou Carney.
Mais cedo, o Ministério da Fazenda havia lançado o Eco Invest Brasil, uma coleção de medidas para aumentar a atratividade de empreendimentos verdes brasileiros, incluindo proteção cambial.
Os dois anúncios vêm na semana em que os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 se reúnem em São Paulo.
A aceleração do fluxo de recursos para que os países do Sul Global se preparem para – e lidem com as consequências da – mudança climática é um dos temas prioritários da reunião.