A Toyota anunciou um aumento de US$ 8 bilhões, levando a US$ 13 bi, o investimento total em uma fábrica de baterias no sul dos Estados Unidos.
É o maior compromisso assumido por uma montadora estrangeira desde a aprovação do megapacote verde de Joe Biden, que inclui incentivos bilionários para criar no país uma indústria local de baterias.
O plano da Toyota é ter versões elétricas de todos os seus modelos até 2025 e vender 3,5 milhões de carros a bateria por ano a partir de 2030.
A montadora japonesa tenta recuperar o tempo perdido: durante muito tempo, sua estratégia esteve focada em híbridos – segmento que a empresa popularizou com o Prius, no fim dos anos 1990 – e carros movidos a hidrogênio.
Diante dos investimentos massivos de suas concorrentes globais na eletrificação, a Toyota mudou de curso este ano e decidiu apostar nos veículos movidos a bateria.
A planta (foto) vai ocupar uma área equivalente a mais de 120 campos de futebol e deve ser inaugurada em 2025. A companhia afirmou que a Carolina do Norte, onde a fábrica está sendo construída, será o “epicentro da produção de baterias de íons de lítio na América do Norte”. Ao todo, serão criados 5 mil empregos diretos.
O anúncio desta terça-feira veio um dia depois de encerrada a greve da maior central sindical da indústria automobilística contra as três grandes montadoras americanas.
Depois de Ford e Stellantis (dona da Fiat e de marcas populares nos Estados Unidos, como Jeep e Chrysler), a GM chegou a um acordo com a United Auto Workers (UAW). A paralisação durou seis semanas.
Os trabalhadores obtiveram concessões importantes em suas demandas por aumentos de salários – o que deve afetar a capacidade de investimento das empresas em sua transformação elétrica, dizem analistas.
Uma das vitórias dos grevistas foi a garantia de que os funcionários das fábricas de baterias da GM – uma joint-venture com a coreana LG – estarão cobertos pelo novo contrato.
As montadoras asiáticas e também a pioneira Tesla estabeleceram presença em Estados do sul do país, que dificultam muito a sindicalização dos trabalhadores. Shawn Fain, o presidente da central sindical, afirmou que pretende levar a organização para as fábricas da Tesla e de outras companhias estrangeiras, mas tentativas de fazê-lo no passado fracassaram.