Mais de dois terços dos donos de ativos acreditam que os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) ganharam importância material em suas decisões de investimentos nos últimos cinco anos, segundo uma pesquisa conduzida pela Morningstar, empresa de informações de mercado.
Ao mesmo tempo em que ganha relevância, o mundo ESG ainda tem muitos desafios a superar. Os principais, segundo os entrevistados, incluem ratings e ferramentas de análise de melhor qualidade e “confusão regulatória”.
Esses grandes investidores institucionais – categoria que inclui fundos de pensão, seguradoras e family offices – “podem ser muito influentes no mercado global e em políticas públicas quando se concentram num tópico”, afirmam os autores. “Suas ações podem guiar o comportamento de outros participantes da cadeia.”
Este último ponto é especialmente importante em relação à “falta de clareza e aos custos crescentes relacionados às regulamentações ESG”, escrevem os autores.
Foram ouvidos 500 asset owners na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico, cujos ativos somados ultrapassam US$ 10,7 trilhões.
Cerca de um terço deles aloca mais de metade do capital em estratégias que levam fatores ESG em consideração. No ano passado, a porcentagem era de 30%.
Os europeus tendem a colocar a maioria dos recursos em ESG (46%), contra 41% na Ásia-Pacífico e 36% na América do Norte.
Os principais motivos que levam à opção por investimentos sustentáveis seguiram inalterados entre 2022 e 2023. Em primeiro lugar vêm os líderes e altos executivos, seguidos por pressão externa (campanhas públicas e mídia, por exemplo) e princípios éticos e morais.
Uma alteração notada pela pesquisa foi uma redução na importância da pressão dos stakeholders (como pensionistas) entre o ano passado e hoje.
Os dois maiores obstáculos para a adoção de estratégias ESG também continuam os mesmos: impacto no retorno financeiro dos investimentos (38% dos entrevistados), falta de produtos (32%).
Mas falta de dados atualizados e/ou confiáveis e exigências regulatórias subiram posições no ranking das queixas.
E, S e G
Mesmo com esses ventos contrários, o ESG tornou-se “mais” ou “muito mais” material nos últimos cinco anos para 67% dos entrevistados.
Separando as três letras, quem puxa a fileira é o E, de meio ambiente: 52% afirmam que a questão é encarada como item material em suas decisões.
A governança vem em segundo lugar, com 43%, e o social foi apontado por 38%.
“Apesar dos diferentes estágios da jornada, os donos de ativos estão bastante coesos em seus compromissos ESG”, conclui o estudo.