A carteira de crédito sustentável do Banco ABC Brasil atingiu em junho R$ 21,1 bilhões, um aumento de 21,1% em relação a junho de 2024. O montante representa 40% do portfólio total, sendo 68% atrelados a critérios ambientais e 32% a sociais, de acordo com o framework de finanças sustentáveis da instituição.
Esse avanço expressivo é reflexo do posicionamento estratégico em ESG, definido em 2023, que impulsionou o crescimento das operações vinculadas a esses critérios como um dos Indicadores-Chave de Desempenho (KPI) do banco.
Desde então o ABC Brasil vem se posicionando como um parceiro e facilitador da descarbonização, apoiando seus clientes neste processo. Essa atuação ganhou ainda mais força no último ano, com a implementação da Mesa de Soluções de Descarbonização, que oferece desde o cálculo de emissões até o desenvolvimento, financiamento e comercialização de créditos de carbono.
“É uma estratégia fundamentada em três pilares: dados, soluções e incentivo”, diz Fabiana Silva (à dir. na foto), head de ESG do ABC Brasil. O banco investiu em tecnologia, internalizou e automatizou o cálculo de suas emissões financiadas, que compõem o chamado escopo 3 e representam 90% das emissões totais da instituição. Isso permite um monitoramento praticamente em tempo real dessas emissões, ao financiar determinado cliente. A metodologia de cálculo utilizada é a da Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF), referência internacional.
Além disso, a proximidade com os clientes permite ao banco compreender o estágio de maturidade de cada empresa. “O acesso a esses dados nos possibilita transformar diagnóstico em ação, oferecendo soluções personalizadas de acordo com a realidade de cada setor e a necessidade de cada cliente na transição para a economia de baixo carbono”, afirma Silva.
Izabel Branco, vice-presidente de talentos, marca e ESG do ABC Brasil, destaca como diferencial o apoio oferecido às empresas na preparação para o mercado regulado de carbono, já aprovado por lei e com cronograma de implementação até 2029. “Nosso papel é apoiar os clientes e atuar como parceiro estratégico, conectando as demandas regulatórias às oportunidades da transição”, diz.
COP30: oportunidade de largar na frente
A realização da COP30 no Brasil, segundo Silva, é uma oportunidade para empresas e setor financeiro demostrarem pioneirismo e compromisso com a agenda climática. “Desde a estruturação da área de ESG, o banco tem participado ativamente das conferências. Estivemos em Dubai, em Baku e estaremos em Belém”, ela diz. “Na COP queremos reforçar nosso papel estratégico enquanto instituição financeira, na viabilização de soluções que impulsionem a transição.”
O protagonismo do ABC Brasil na agenda climática tem sido reconhecido pelo grupo controlador, a Arab Banking Corporation. Atualmente, o Brasil responde por 86% das operações financeiras atreladas a critérios ESG do grupo. “Muitas soluções desenvolvidas no país são replicadas lá fora”, diz Branco.
Em 2024, o Banco ABC Brasil passou a emitir letras financeiras e CDBs verdes. “Habilitamos o banco para emitir esses títulos a partir do nosso framework de finanças sustentáveis, alinhado à taxonomia da Febraban (Federação Brasileira de Bancos)”, explica Silva. “Toda captação relacionada é destinada às operações de ativos que contribuam para a descarbonização.”
Com isso, entre junho de 2024 e junho de 2025, o banco passou de R$ 925 milhões para R$ 1,9 bilhões em captações de letras financeiras e CDBs verdes. “Este aumento de 109% valida o apetite do mercado e evidencia o crescente interesse dos investidores por esses papéis”, diz Silva.