UM CONTEÚDO ITAÚ

Com quantas laranjas se faz um crédito de carbono?

Programa do Itaú BBA e Citrosuco promove geração de créditos em laranjais no Cerrado e transforma produtores em protagonistas de uma citricultura sustentável

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Com quantas laranjas se faz um crédito de carbono?

Um programa inédito focado em inovação, promoção da agricultura regenerativa e geração de créditos de carbono na citricultura foi lançado no início de agosto em São Paulo, durante a São Paulo Climate Week, como resultado de uma parceria entre Itaú BBA e Citrosuco. 

O Brazilian Citrus Program For Climate Adaptation atuará, inicialmente, em cerca de 30 mil hectares de laranjais, com previsão de alcançar entre 40 e 50 mil hectares. A área corresponde a mais de 42 mil campos de futebol. 

O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo. Segundo dados da Embrapa, o país é responsável por cerca de 75% do comércio internacional do suco. São, no total, quase 400 mil hectares destinados à citricultura.

Ricas em vitamina C, as laranjas são também excelentes para o meio ambiente. A cultura perene ou de ciclo longo tem alta capacidade de captura de carbono, cerca de três a quatro vezes maior do que outras práticas agrícolas. 

O novo projeto prevê uma geração anual entre 100 mil e 150 mil créditos de carbono, ao longo de 25 anos. Este valor equivale a uma redução estimada entre 2,5 e 3,5 milhões de toneladas de carbono. É um total suficiente para compensar, em média, o consumo elétrico de mais de 350 mil residências brasileiras por um ano. Todos os créditos serão comercializados pelo Itaú.

Mais renda para produtores

A Citrosuco é líder global em área consolidada de laranjais, com 29 fazendas próprias que somam 40 mil hectares. Incluindo seus fornecedores, o total chega a 130 mil hectares de laranjais. A empresa exporta suco de laranja para mais de cem países. 

O programa recém-lançado acompanha a expansão da companhia para fora do cinturão paulista, consolidando o Cerrado como nova fronteira para a citricultura. Além de manter a produtividade e a eficiência nos novos pomares, o programa pretende promover sustentabilidade ambiental na cadeia citrícola. 

O programa irá incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis de agricultura, com ganhos para o solo, produtividade e clima, e, ao mesmo tempo, na geração de renda a produtores por meio de créditos de carbono.

Com a comercialização destes créditos, o Itaú reforça seu compromisso com a transição para uma economia de baixo carbono. “O programa é um passo relevante na integração entre desenvolvimento sustentável, adaptação climática e modernização do setor agrícola”, diz Maria Belen Losada, head de produtos de carbono do banco. “Ao lado da Citrosuco, viabilizamos a implementação coordenada de práticas regenerativas que fortalecem a citricultura, geram créditos de carbono e promovem ganhos reais para os produtores.”

Entre estas práticas estão o uso racional da água, adubos verdes, capina ecológica e o controle preventivo de pragas, especialmente o greening, uma das principais ameaças à citricultura. 

Para Belen, o programa vem em um momento único de expansão da citricultura, levando junto práticas da agricultura sustentável e certificação socioambiental. “É importante que o carbono capturado fique muito tempo no solo, os compradores querem garantir a permanência da remoção de carbono fora da atmosfera”, diz a executiva.

Já para a Citrosuco, o Brazilian Citrus Program For Climate Adaptation é uma ação importante na sua contribuição para a resiliência climática, um dos compromissos ESG da companhia para 2030. “Hoje não é mais possível falar com clientes ou com investidores sem falar sobre carbono e clima”, defendeu Clauber Andrade, diretor jurídico e de relações institucionais da empresa, durante a São Paulo Climate Week.

Na gestão compartilhada do projeto, o Itaú atuará na estruturação técnica dos créditos gerados e na negociação com os compradores. Já a Citrosuco ficará responsável por engajar citricultores na adoção ao programa, apoiar na prevenção ao greening e contribuir com todas as certificações socioambientais e orientação em campo.