
O evento “Futuro regenerativo: o agro como solução climática”, realizado pelo Reset em parceria com a Produzindo Certo na última quinta-feira (10), reuniu alguns dos principais atores do setor para discutir como posicionar o Brasil na liderança da agenda de descarbonização do agronegócio global.
Uma novidade importante foi anunciada: o governo federal defende que o desmatamento que ocorre dentro de propriedades privadas – tanto o permitido pela legislação como o ilegal – passe a ser computado no total de emissões da agropecuária.
A informação foi trazida por Bruno Brasil, diretor do departamento de produção sustentável e irrigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), na primeira agenda do dia. Uma eventual mudança pode ter impacto significativo nas obrigações de redução de emissões que caberiam ao agronegócio dentro das reduções totais de gases de efeito estufa que o país pretende alcançar.
A evolução regulatória e a demanda por produtos agropecuários de baixo carbono para lidar com a emergência climática foi tema do bate-papo de Eduardo Bastos, diretor-executivo do Instituto de Estudos da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) com a publisher do Reset, Vanessa Adachi.
Mas afinal: o que é o agro de baixo carbono? Essa foi a pergunta que convidamos cientistas da Embrapa e da CCarbon (da USP) para responder no primeiro painel. Taxonomia e certificações para garantir resultados foram alguns caminhos apontados e a Plataforma Agro Brasil + Sustentável, no Ministério da Agricultura, é a aposta do setor privado para ser uma “vitrine” do agro sustentável.
E a segunda pergunta é: existe demanda do consumidor por esses produtos? A resposta foi unânime: não – pelo menos massivamente. Mas ela existe de outros lados: investidores, regulação, indústria e bancos. No segundo painel, juntamos as pontas da cadeia para debater como grandes empresas clientes e produtores estão trilhando o caminho do agro de baixo carbono e regenerativo.
Um gargalo é quem paga a conta para os investimentos necessários. O terceiro e último painel trouxe bancos e fundos que financiam uma agricultura de baixo carbono e regenerativa, apontando desafios e soluções.
O evento faz parte da Série Rumo a Belém do Projeto COP30 do Reset, patrocinado por Itaú, BRF Marfrig, Natura, Suzano e Santander. Ele conta ainda com uma editoria especial, que já está no ar, o lançamento de um podcast, boletins e webinars.
Assista abaixo à íntegra das sessões:
Trajetória do setor agropecuário para meta climática brasileira
Tendências e oportunidades para o agro sustentável
Afinal, o que é o agro de baixo carbono: taxonomia e certificações para garantir resultados
E o dinheiro? Como financiar – e segurar – o agronegócios sustentável