A Equinor, estatal norueguesa do petróleo, anunciou nesta quarta-feira uma revisão de seus investimentos na transição energética, seguindo o exemplo de outras companhias europeias que estão desacelerando sua transição para um modelo pós-carbono.
O objetivo de alocar até 50% das despesas de capital em projetos de energias limpas ou soluções de baixas emissões de gases de efeito estufa foi cortado pela metade.
Para “criar valor para os investidores pelas próximas décadas”, a Equinor vai aumentar em 10% sua produção de petróleo até 2030, afirmou Anders Opedal, o CEO.
Chamada de Statoil até uma mudança de nome em 2018, a empresa agora tem a meta de atingir em 2030 uma capacidade de 10 a 12 GW na produção de eletricidade com usinas eólicas em alto-mar. O alvo anterior era de 12 a 16 GW até o fim da década.
O segmento de usinas offshore atravessa uma crise global há mais de um ano: uma combinação de inflação, problemas na cadeia de suprimentos e condições regulatórias que afetam a rentabilidade dos projetos.
Uma das bases da transição energética da Equinor é aproveitar nas eólicas a experiência de décadas na exploração de petróleo e gás em plataformas marinhas. A Petrobras tem uma estratégia semelhante, mas ainda não apresentou planos concretos.
Há dois anos, as duas empresas assinaram um memorando de entendimentos para avaliar a viabilidade de sete projetos na costa brasileira.
A reorientação da empresa europeia foi apresentada no anúncio dos resultados do quarto trimestre de 2024. A Equinor afirma que as medidas não vão interferir nos planos de chegar ao net zero em 2050.
Outras grandes petroleiras europeias como Shell e BP (ex-British Petroleum) já vêm anunciando há tempos recuos em suas ambições climáticas, motivados principalmente pela alta dos preços dos fósseis causada pela guerra na Ucrânia.