CBA inova com tecnologia que separa alumínio e plástico de embalagens

Planta no interior de São Paulo terá capacidade de processar cerca de 1,3 bilhão de embalagens cartonadas e flexíveis multimateriais, a cada ano

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Planta de reciclagem de alumínio da CBA
Planta de reciclagem de alumínio da CBA
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Batizada de ReAl (Recycling Aluminium ou Reciclando Alumínio), uma tecnologia inovadora desenvolvida e patenteada pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) permite separar 100% dos materiais das embalagens multicamadas, sendo que o alumínio é reaproveitado na produção da própria CBA e o plástico se mantém com excelentes propriedades para ser reutilizado em novas aplicações.

O maior desafio na reciclagem de embalagens multimateriais sempre foi exatamente a complexidade de separar estes dois componentes – alumínio e plástico –, fortemente aderidos. “Como resultado, apesar de recicláveis, eles acabam sendo pouco aproveitáveis por estarem juntos e podendo terminar em aterros, isso devido à ausência de tecnologias acessíveis para uma separação de forma eficaz”, explica Fernando Varella, Diretor do Negócio Transformados e de Inovação e Transformação Digital da CBA.

A planta da empresa localizada em Alumínio (SP) foi selecionada para receber a tecnologia ReAl. A unidade opera neste momento em fase de comissionamento, ou seja, por etapas e de forma contínua, até atingir escala industrial, prevista para o primeiro trimestre de 2025. A inovação deve viabilizar a reciclagem de aproximadamente 1,3 bilhão de embalagens por ano, com a possibilidade de ampliação de capacidade de forma modular, conforme o crescimento das taxas de coleta.

Esta quantidade de embalagens equivale a cerca de 9 mil toneladas de material reciclado, das quais cerca de 20% são alumínio. “Isso significa que mais de mil toneladas de alumínio poderão ser recuperadas anualmente”, diz Varella.

Além do benefício da reciclagem integral do alumínio e do plástico, outro relevante resultado do projeto ReAl é a geração de hidrogênio (gás com alta capacidade para gerar energia) durante o processo. A grande vantagem do hidrogênio é que ele pode ser reutilizado para abastecer a própria planta produtiva, substituindo o uso de combustíveis intensivos em carbono, por exemplo, em caldeiras e fornos calcinadores. 

A CBA é referência global na produção de alumínio de baixo carbono. A estratégia ESG 2030 da companhia possui 10 alavancas com 33 objetivos alinhados à Agenda 2030 da ONU e aos 17 ODS. A circularidade é um pilar importante dentro do modelo de integração vertical de negócios da CBA e da estratégia para aumentar a produção, preservar a competitividade, reduzir emissões de gases do efeito estufa, além de reforçar a resiliência do negócio.

Entre as metas da CBA está a reciclagem de 40 mil toneladas de embalagens multimateriais contendo alumínio por ano. “A tecnologia ReAl desempenha um papel crucial neste compromisso, uma vez que possibilita menor extração de recursos, aumento das taxas de reciclagem e menor geração e resíduos e menor emissão de CO2”, explica Varella.

Pesquisa e inovação

O processo de desenvolvimento do ReAl demandou três anos de pesquisa e desenvolvimento, incluindo uma fase inicial de estudos e testes de laboratório. Na sequência veio o piloto, realizado em parceria com o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) em Campinas (SP), que durou mais três anos.

Segundo Varella, ele foi essencial para ajustar e validar o processo em menor escala, antes de expandi-lo para a operação industrial. O primeiro módulo foi financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).

No processo, o poli-alumínio (alumínio e polímero) passa por uma primeira etapa de limpeza. Todo o material é então triturado, lavado e levado para o reator químico, que usa uma solução alcalina para separar o alumínio do plástico. Infinitamente reciclável, o alumínio é reincorporado ao processo produtivo da CBA, enquanto o plástico passa por mais uma lavagem, antes de ser reaproveitado.

O primeiro parceiro da CBA no uso da tecnologia é a Tetra Pak. “As duas empresas trabalham em conjunto para sensibilizar a sociedade sobre a importância do descarte correto e de processos de reciclagem inovadores como o ReAl”, explica Varella.

Elas também investem em parcerias com cooperativas e ações com pontos de coleta para orientar o consumidor. “Há também diálogos com órgãos públicos e organizações de coleta seletiva para que as embalagens sejam tratadas de maneira adequada, assegurando que cheguem aos locais de reciclagem. Estamos trabalhando também com outras empresas de embalagens flexíveis para aumentarmos essa parceria e estender a solução para todas as embalagens multicamadas que tenham alumínio.”

Além do impacto ambiental, o trabalho com cooperativas e catadores gera benefícios sociais ao valorizá-los e integrá-los à cadeia de valor da companhia. “Com isso geramos novas oportunidades de emprego e incremento de renda”, diz o executivo. Monitorados, estes impactos também estão alinhados à estratégia ESG 2030 da CBA.

Sobre a marca:

No mercado há mais de 60 anos, a CBA produz alumínio de baixo carbono, usado nos mais diversos segmentos.