O Tesouro Nacional fechou na semana passada a primeira operação do EcoInvest, um programa para atrair capital estrangeiro para projetos verdes no Brasil. O leilão para que os bancos possam tomar uma linha de crédito subsidiada atingiu entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.
O resultado foi anunciado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, nesta sexta-feira (18) no lançamento do programa de crédito Acredita, em São Paulo.
Com isso, devem ser alavancados R$ 45 bilhões em recursos privados. “O público entra com 1 real e o privado tem que entrar com no mínimo 6 reais, para casar um recurso a juro baixo para alavancar projetos de transformação ecológica”, disse Haddad.
O leilão usou o modelo de blended finance, em que o capital catalítico (filantrópico ou subsidiado) entra para reduzir custos ou mitigar riscos, atraindo recursos privados em maior escala.
Um dos critérios de seleção das propostas foi a capacidade dos bancos de alavancar com recursos captados no exterior o dinheiro subsidiado pelo governo. Pelas regras, a alavancagem mínima tem que ser de seis vezes.
Haddad citou que os recursos poderão ser usados para financiar projetos de SAF (combustível de aviação sustentável), economia circular, biocombustíveis, energia eólica e solar.
“Não estamos falando da velha indústria, estamos falando da coisa mais moderna do mundo. O Brasil tem que participar do que tem de mais moderno no mundo ou nós vamos ficar para trás”, afirmou.
A alocação dos recursos ainda não foi definida e está sendo analisada pelo Tesouro a partir das propostas recebidas dos bancos, que enviaram suas propostas até o dia 11 de outubro. A tendência é que o Tesouro aloque até R$ 7 bilhões nessa primeira rodada.
“O resultado do primeiro leilão foi muito encorajador e ilustrativo do apetite que existe para este tipo de ferramenta”, disse em nota Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), parceiro do governo brasileiro no programa.
*Reportagem atualizada às 16h55 para inclusão de declaração do presidente do BID