A EDP vai investir R$ 2,3 bilhões em geração distribuída (GD) de energia solar até 2026 no Brasil. A meta é alcançar 530 megawatt-pico (MWp) de potência instalada na modalidade no período, um crescimento de 520% em relação a 2022, anunciou nesta quinta-feira a companhia portuguesa.
Ao todo, serão destinados R$ 13 bilhões em projetos de 4 GWp de geração distribuída ao redor do globo no mesmo período. A geração distribuída é a modalidade em que a energia elétrica é gerada no local de consumo ou próximo a ele, diferentemente do que ocorre no modelo centralizado, com usinas solares ou fazendas eólicas de grande porte.
O valor carimbado para o Brasil integra os R$ 15 bilhões já previstos pela EDP para a geração de energia renovável no país até 2027. Outros R$ 15 bilhões irão para transmissão e distribuição no mesmo período.
Ainda neste ano, a previsão é que sejam construídas mais de 50 usinas de GD nos nove Estados em que a empresa já atua (ES, GO, MG, MS, PE, PR, RJ, SP e RS), triplicando a capacidade instalada, dos atuais 95 MWp para 260 MWp.
“O Brasil é líder mundial nessa modalidade, e isso é inédito. Não existe país no mundo em que a geração solar descentralizada seja maior que geração eólica e solar de grande escala. Para nós, essa é uma oportunidade e agora, também, uma das nossas prioridades”, diz João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil, em nota.
O foco da empresa está no modelo de geração compartilhada remota, em que projetos de pequeno porte atendem a um grupo de consumidores, em um condomínio ou cooperativa, por exemplo. A energia resultante, ligada à rede, gera créditos que podem ser abatidos posteriormente das respectivas contas de luz.
Na EDP, esses projetos têm até MW e atendem a clientes como pequenas e médias empresas. Por esse modelo, a usina solar precisa estar na mesma área de concessão da distribuidora de energia. No Espírito Santo e em São Paulo, a EDP assume papel duplo de geradora e distribuidora; e é nesses Estados que concentra 43% de seu portfólio de GD no país.
No mundo, a EDP conta com 1,6 GWp de capacidade instalada de energia solar, em 12 países. A companhia espera aumentar sua potência em cerca de cinco vezes até 2026, e conta com parcerias como o Google e a Lufthansa para o desenvolvimento de projetos.
Para renováveis como um todo, a EDP quer adicionar mais 18 GW de capacidade instalada nos próximos três anos e, para isso, dos R$ 130 bilhões planejados para investimento, o segmento deve absorver R$ 110 bilhões.