Para Itaú BBA, Raízen e São Martinho estão baratas na bolsa

Apesar de terem reduzido o preço-alvo, analistas apontam alta do açúcar e produção de biocombustíveis como fatores que podem puxar a valorização dos papéis

Carro é abastecido de etanol em posto de combustíveis
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Apesar das incertezas sobre a economia em geral e o regime tributário dos combustíveis no médio prazo, o Itaú BBA acha que as ações da Raízen e São Martinho estão baratas.

Em relatório divulgado hoje, os analistas do banco apontam que os dois papéis tiveram quedas expressivas desde agosto do ano passado (27% no caso da Raízen e 17% no da São Martinho), enquanto o Ibovespa subiu 7%.

E, mesmo que as taxas de juros altas tenham levado a uma redução do o preço-alvo estimado para o fim do ano em cerca de 30%, acreditam que ambas as empresas estão num caminho de crescimento.

Os analistas apontam que o impacto negativo do alto custo de capital é em parte compensado pela alta internacional do preço do açúcar e também incorporam em suas contas os efeitos da produção de biocombustíveis pelas duas companhias. 

A São Martinho, “de longe o player mais eficiente do setor de açúcar e etanol”, deve ver já a partir deste ano um aumento em seus resultados com o início da produção de etanol de milho em uma nova planta em Goiás.

Os analistas reduziram em 8% a expectativa do Ebitda ajustado, para R$ 3,6 bilhões para 2023/2024, incluindo cerca de R$ 150 milhões da usina de etanol de milho.

Ainda assim, eles apontam que a empresa é negociada a um múltiplo de 4,5 EV/Ebitda, ante uma média de 5,5x nos últimos três anos.

O preço-alvo da São Martinho foi reduzido de R$ 45 para R$ 35 pelos analistas do Itaú BBA.

Etanol de segunda geração

O banco também reduziu a projeção de preço das ações da Raízen de R$ 7 para R$ 5, mas acredita que o papel tenha um potencial de valorização significativo dada a exposição da companhia às tendências no setor de combustíveis renováveis.

Segundo os analistas, o Ebitda ajustado para 2023/2024 deve crescer cerca de 5%, chegando a R$ 13,5 bilhões, puxado principalmente pela alta nos preços internacionais do açúcar.

O Itaú BBA incorporou em seu modelo os primeiros volumes de produção do etanol de segunda geração (E2G), considerando as nove primeiras plantas previstas pela companhia.