A química Unigel anunciou que os investimentos em sua unidade de produção de hidrogênio verde em Camaçari (BA) chegarão a US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos.
Trata-se de mais de dez vezes o valor já comprometido para a planta, que começou a ser erguida em meados do ano passado a um custo inicial de US$ 120 milhões.
A empresa ainda está levantando os recursos adicionais e considera até mesmo retomar os planos de uma oferta inicial na bolsa. A Unigel se preparou para um IPO em 2021, mas acabou adiando o plano.
Embora ainda dependa de financiamento, o projeto é a maior aposta até aqui na produção de hidrogênio verde no Brasil, que caminha a passos lentos na comparação com outros mercados. Outros candidatos a pólos dessa fonte de energia limpa, como o Porto do Pecém (CE), ainda estão na fase de estudos de viabilidade.
O objetivo da Unigel é produzir já este ano 60 mil toneladas de amônia verde, químico considerado a opção mais eficiente para o transporte e a utilização do hidrogênio verde.
Em 2027, quando estiver concluída a planta, a expectativa é de uma produção dez vezes maior.
Essa amônia de baixo carbono pode substituir diretamente a utilizada hoje na indústria química, que é derivada de combustíveis fósseis. Um dos seus usos potenciais é na produção de fertilizantes de baixas emissões. O insumo agrícola é um dos carros-chefes da Unigel.
O hidrogênio verde é obtido com a quebra da molécula da água. Para ser classificado como “verde”, o processo tem de ser movido a eletricidade renovável.
“Temos acesso à infraestrutura e a fontes de energia limpa e competitiva no Polo Petroquímico de Camaçari”, afirmou em comunicado Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.
A empresa firmou um contrato de R$ 1 bilhão para comprar eletricidade limpa da Casa dos Ventos, empresa que está construindo um parque eólico na Bahia.
Santos também aponta que a companhia opera um dos dois únicos terminais de amônia do país, no porto de Aratu, também na Bahia.