No IPO das picapes elétricas, Rivian busca valuation de US$ 60 bi — e tem a benção de Amazon e Ford

Fabricante saiu na frente de Tesla e Ford e colocou 56 caminhonetes no mercado de setembro a outubro; pequena escala parece não assustar investidores

No IPO das picapes elétricas, Rivian busca valuation de US$ 60 bi — e tem a benção de Amazon e Ford
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A fabricante de veículos elétricos Rivian, que tem Amazon e Ford entre seus investidores, vai finalmente fazer seu IPO na semana que vem e está buscando um valor de mercado de US$ 60 bilhões. 

A empresa saiu na frente de concorrentes como a Tesla e lançou a primeira picape elétrica do mercado americano. A produção comercial da empresa começou em meados de setembro e, até o dia 22 de outubro, haviam sido finalizadas somente 56 unidades do R1T, de acordo com documentos apresentados à Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana.

A oferta pública inicial da companhia, que tem sede na Califórnia, é uma das mais aguardadas do ano. O apetite dos investidores será testado no road show, que começa nesta terça-feira.

Numa rodada de investimentos realizada somente oito meses atrás, a empresa tinha sido avaliada em US$ 27,6 bilhões, segundo o Wall Street Journal, metade da cifra potencial pós-IPO caso o preço da ação fique no topo da faixa esperada.

Um de cada cinco carros vendidos nos Estados Unidos é uma picape. A Tesla causou frisson entre fãs e investidores quando anunciou seu Cybertruck, mas a produção só deve começar no final do ano que vem, segundo a empresa.

Joe Biden já dirigiu uma versão elétrica da F-150 da Ford, de longe a picape mais popular entre os americanos, mas as primeiras entregas acontecem só no primeiro trimestre do ano que vem.

Foi a Rivian, uma startup fundada em 2009, quem chegou em primeiro lugar na corrida pelo utilitário a bateria.

Cruzar a linha de chegada não quer dizer muita coisa quando um de seus competidores vale US$ 1,2 trilhão na bolsa (Tesla) e o outro inaugurou a era do carro como bem de consumo mais de um século atrás (Ford).

Mas a Rivian, pelo menos por enquanto, está de olho em uma fatia bem particular do mercado automobilístico: o da aventura. Os opcionais do RT1 incluem uma barraca de camping e uma mini cozinha integradas à carroceria (com pia e fogão).

O prospecto do IPO deixa claro que desenvolver um veículo elétrico do zero custa caro. A Rivian teve prejuízo de US$ 2 bilhões desde o começo do ano passado.

Além disso, outros US$ 8 bi devem ser investidos nos próximos dois anos em uma segunda linha de montagem.

A Tesla abriu o capital em 2010 e só começou a dar lucro dez anos mais tarde. Durante a década, a empresa enfrentou todo tipo de problema, de atrasos constantes nas entregas a gargalos na produção.

Parte do dinheiro da Rivian vem da Amazon. A gigante do e-commerce aportou US$ 1,3 bilhão na startup, o que lhe dá aproximadamente 20% do capital da empresa.

Além de um pé em um negócio que cresce de forma exponencial, a Amazon terá exclusividade na compra de vans de entrega elétrica produzidas pela Rivian por pelo menos quatro anos.

A varejista anunciou uma encomenda de 100 mil veículos elétricos da Rivian até 2030. Os testes começaram em Los Angeles no começo deste ano e o plano é que até 10 mil unidades já estejam em circulação no ano que vem.

Cobrir a última milha com veículos elétricos faz parte da estratégia da Amazon de honrar sua adesão ao Climate Pledge. A empresa foi a primeira signatária do documento, segundo o qual as corporações se comprometem a zerar suas emissões dos três escopos até 2040.

As emissões de CO2 da Amazon aumentaram 19% em 2020 – em grande parte por causa do boom do e-commerce provocado pela pandemia.