Petrobras lança edital para comprar 5 milhões de créditos de carbono

A Petrobras e o BNDES lançaram nesta segunda-feira (10) o primeiro edital do ProFloresta+, um programa para incentivar a restauração florestal na Amazônia remunerada pela venda de créditos de carbono a preços pré-definidos. 

Neste primeiro edital, serão firmados cinco contratos de 1 milhão de créditos de carbono gerados por atividades de reflorestamento. O limite é de três contratos por desenvolvedor. Os participantes também podem se unir em consórcios de até quatro empresas.

Os estimados 5 milhões de créditos gerados serão todos adquiridos pela Petrobras.

Cada projeto deve prever a restauração de pelo menos 3 mil hectares com o plantio de espécies nativas. As áreas podem ser privadas ou públicas sob concessão florestal na Amazônia. O prazo de apresentação das propostas é de 30 dias a partir da data de publicação do edital

O preço dos créditos será definido no processo de licitação, por meio de uma competição por menor preço entre os projetos pré-qualificados. A ideia é que o preço pré-estabelecido e os contratos de longo prazo (25 anos) sirvam como garantia para a tomada de crédito junto ao banco público. 

Investimento de partida é um dos desafios para as startups de reflorestamento. Os projetos consomem muito dinheiro e os primeiros créditos são gerados depois de pelo menos cinco anos – dado o ritmo de crescimento das árvores. 

O banco de desenvolvimento vai financiar as atividades de restauro com crédito subsidiado, com taxas de 1% ao ano. O investimento esperado por parte das empresas desenvolvedoras dos projetos é de R$ 450 milhões.

A primeira entrega dos créditos deve ser feita em até sete anos após a assinatura do contrato. Os demais serão entregues a cada cinco anos, até o encerramento do contrato. 

Esse cronograma foi estabelecido para acomodar o crescimento das florestas e outras etapas como aquisição ou arrendamento de terra, estruturação do fornecimento de sementes e mudas, realização do plantio e certificação dos créditos de carbono.

“Nossa equipe está muito otimista com essa primeira transação de créditos de carbono de restauração ecológica da Petrobras”, disse a diretora de Sustentabilidade e Transição Energética da Petrobras, Angélica Laureano, em comunicado. “A expectativa é que ela sirva como referência de preço e requisitos técnicos para a geração de créditos de carbono de alta qualidade a partir da restauração florestal de nossos biomas.”